"Tive a ideia quando me vi num beco sem saída. Já tinha tentado de tudo para ajudar minha mãe". Essa é a justificativa de Rebeka Bernardo Albertony, 18 anos, para ter dado início, na última quinta-feira, ao mais novo leilão de virgindade da internet, temporariamente suspenso. A garota, ex-frequentadora da igreja evangélica Assembleia de Deus, vive em Sapeaçu, a 150 km de Salvador (BA), e diz que precisa do dinheiro para cuidar da mãe (cujo nome prefere não revelar), uma viúva de 59 anos vítima de dois acidentes vasculares cerebrais (AVC) que deixaram várias sequelas, como dificuldades para se locomover, falar e se alimentar. Rebeka falou na manhã desta terça-feira e garantiu. "Pode ser que eu retome o leilão nos próximos dias."
O vídeo em que Rebeka oferece a própria virgindade em troca do maior lance tem apenas 45 segundos, dentro dos quais ela faz questão de frisar que não tem fantasias e que este é apenas um negócio. Segundo ela, um vereador de Salvador, que não se identificou, ofereceu R$ 35 mil pelo "prêmio". Além dele, um empresário, também da capital, teria feito uma aposta de R$ 70 mil. A suspensão do leilão aconteceu ontem, segundo ela, porque uma emissora de TV prometeu buscar pessoas que pudessem ajudar a família financeiramente. "Eles disseram que iam me ligar assim que tivessem alguma coisa, mas ainda não entraram em contato comigo. Se não der certo, vou ter que retomar o leilão", avisa.
Depois de conhecer a história da catarinense Catarina Migliorini, 20 anos, que leiloou a virgindade por US$ 780 mil, como parte de um projeto cinematográfico, a paulista radicada no interior baiano pensou que seria uma boa ideia. "Já tinha distribuído currículos em todos os lugares e até feito um vídeo para o Big Brother. Foi minha última opção para ajudar minha mãe, que também não pode ficar sozinha", explica. A decisão demorou três semanas para ser tomada. Ela conta que conversou apenas com um colega, o mesmo que gravou o vídeo. "Ele me aconselhou a não fazer, porque a cidade é muito pequena e o pessoal ia falar muito, mas eu decidi fazer e ele me ajudou", conta.
De fato, a repercussão do material na cidade onde a jovem vive com a mãe não foi boa. Além das críticas, ela achou por bem deixar de ir à escola pelo menos nos próximos dias, por causa dos ataques dos colegas. O vídeo original está fora do ar, mas já há dezenas de cópias circulando na web com comentários de apoio, mas também duras críticas.
Rebeka Albertony não é mais evangélica, mas a mãe continua seguindo a religião, apesar de não frequentar a igreja por causa dos problemas de saúde. Também por isso, a senhora se chocou quando soube da empreitada da filha. "Ela ficou muito preocupada com o que as pessoas poderiam fazer comigo. Não está me apoiando, porque é contra os valores dela, mas pelo menos está aceitando a minha decisão", conta a garota. Ainda segundo ela, são os membros da igreja que ajudam as duas com dinheiro e na divisão dos cuidados em casa. "O pessoal do salão é meu braço direito", diz.