Ao ser procurado, na noite desta terça-feira, para comentar a decisão da corregedoria de investigá-lo por ter adquirido um Porsche, o ex-comandante do Bope, coronel Fernando Príncipe Martins, disse que não gostaria mas de falar sobre o assunto, e finalizou a conversa com ironia:
- Agora, só falo sobre sexo. Pode publicar isso aí - disse Príncipe, parado numa blitz da Lei Seca, na madrugada do último sábado, com um Porsche amarelo zero quilômetro.
A Corregedoria Geral Unificada (CGU) da Secretaria de Estado de Segurança informou, nesta terça-feira, que vai investigar o coronel. A CGU está reunindo documentação e outras informações sobre o veículo importado, de alto valor, para verificar se existem elementos que justifiquem a instauração de um procedimento administrativo disciplinar.
Em entrevista ao jornal ?O Globo?, Príncipe disse que o Porsche que dirigia está em seu nome e custou R$ 650 mil. Ele afirmou ainda que o veículo foi comprado com o seu ?trabalho? na empresa de segurança da qual é sócio-cotista, e seu irmão sócio-gerente.
- Não sei por que tanta história. O que está errado é a maneira como a Lei Seca trabalha, e não eu estar dirigindo um Porsche, comprado com o produto do meu trabalho na empresa. É de lá que vem o meu rendimento maior. Pobreza pouca é bobagem? disse o policial, acrescentando que, antes de adquirir o Porsche, dirigia um Jaguar.
Além da empresa Solidez Segurança e Vigilância, fundada em maio de 2011, Príncipe é sócio de uma companhia de seleção e administração de pessoal, a Solidez Recursos Humanos, essa criada em janeiro de 1999. Ele é dono de 50% de cada uma das empresas.
Flagrado em blitz da Lei Seca
Príncipe foi parado numa blitz na Rua Arquiteto Afonso Reidy, na Praça do Ó, na Barra da Tijuca, na madrugada do último sábado. O coronel se recusou a fazer o teste do bafômetro e teve a Carteira Nacional de Habilitação apreendida. Príncipe foi foi multado em R$ 957,70 e perdeu sete pontos na carteira. A infração é considerada gravíssima.
Fernando Príncipe também estava sem o cinto de segurança e, por isso, recebeu mais uma multa de R$ 127,69 centavos. Com isso, ele perdeu outros 5 pontos na carteira. O carro só foi liberado com a presença de uma motorista habilitada.
O coronel Fernando Príncipe foi substituído no comando do Bope em 2006 após denúncias de excessos envolvendo policiais daquela unidade de elite e, mais tarde, na chefia do 9º BPM (Rocha Miranda), depois que o menino Wesley, de 11 anos, foi morto dentro de um Ciep num confronto entre PMs e traficantes.