Os evangélicos já são 22,2% da população brasileira, ou 42,3 milhões de pessoas. Os dados integram o Censo Demográfico 2010 e foram divulgados nesta sexta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No mesmo período, a proporção de católicos diminuiu.
De acordo com o estudo, os evangélicos formam o grupo religioso que mais cresce no Brasil. Se hoje eles são 22,2% dos brasileiros, em 2000 eles somavam 15,4% da população e, em 1970, apenas 5,2%.
Um dos maiores picos de crescimento aconteceu entre 1980 e 1991, quando os evangélicos saltaram de 6,6% para 9% do total de brasileiros. O destaque fica por conta dos chamados ?pentecostais?, que cresceram de 3,2% para 6,0% nesse período.
Em compensação, a quantidade de católicos não parou de cair. Em 2000, 73% dos brasileiros se diziam fiéis à igreja do Vaticano. Em 2010, esse índice havia caído para 64%.
O tamanho dessa redução chama ainda mais atenção quando se faz uma comparação com o primeiro Censo do IBGE, de 1970. Naquele momento, 91,8% da população brasileira era católica.
Outro grupo que apresentou crescimento, embora tímido, é o de espíritas. Em 1991, eles eram 1,1%, depois passaram a 1,3% e, em 2010, bateram em 2%. Quase 70% dos espíritas são brancos e possuem os melhores indicadores de educação e rendimento.
Jovens
O IBGE dividiu os evangélicos em grupos: missão (luteranos, presbiterianos, metodistas, batistas, congregacionais, adventistas), pentecostais (Assembleia de Deus, Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Universal do Reino de Deus, Maranata, Nova Vida) e igrejas evangélicas não determinadas.
O que eles têm em comum é o perfil jovem, a cor parda (45,7%) e branca (44,6%). Os de origem pentecostal representavam 60% dos que se declararam evangélicos em 2010 e 10,4% da população brasileira, enquanto os evangélicos de missão eram 18,5% dos evangélicos e 4,1% dos brasileiros.
Rendimento
A comparação da distribuição das pessoas de dez anos ou mais de idade por rendimento mensal domiciliar per capita revelou que 55,8% dos católicos ganhavam até um salário mínimo. Com o mesmo rendimento, 63,7% dos brasileiros se disseram evangélicos pentecostais, enquanto 59,2% dos que se declararam sem religião também tiveram a mesma proporção de proventos. No outro extremo estão os espíritas: 19,7% desse grupo recebem mais de cinco salários mínimos.