Com a chegada da Quaresma, período de orações e penitências seguido pelos católicos que acontece depois do Carnaval, registra-se o aumento do consumo de peixe na mesa de muitos brasileiros. A carne nutritiva, pouco calórica e muito saborosa alia mais uma qualidade que a torna ainda mais importante no cardápio e faz bem ao coração.
Minerais como cálcio, bom para os ossos, zinco, que ajuda na imunidade, e iodo, que controla a função da tireoide, são encontrados nos peixes. A carne de peixe também possui vitaminas do complexo B, como a B12 e o ácido fólico. O ômega 3 é uma das maiores contribuições para o organismo do indivíduo que consome pescado, ele é formado por um grupo de ácidos graxos que ajudam a prevenir doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
De acordo com o cardiologista Victor Lira, o ômega 3 é considerado como protetor do coração, pois evita a formação das placas que obstruem as artérias, controla a pressão arterial, ajuda no combate às inflamações, no desenvolvimento cerebral e regeneração das células nervosas, reduz o colesterol ruim (LDL) e combate os triglicerídeos, prevenindo assim, a ocorrência de problemas cardiovasculares.
?Por agir nas células nervosas, o ômega-3, encontrado no peixe, ainda pode ajudar no tratamento da depressão, ansiedade e problemas de sono. Por isso, o peixe é um excelente alimento para o desenvolvimento escolar de crianças e adolescentes e não pode faltar na alimentação dos idosos, já que diminui o risco de desenvolvimento do mal de Alzheimer, demência e cansaço mental. Portanto o peixe deve ser consumido por todas as faixas etárias?, explica o cardiologista.
O consumo ideal de pescado segundo a Organização Mundial da Saúde-OMS é de 16 kg por indivíduo/ano. Uma frequência boa para o consumo de peixe fica em torno de três vezes por semana, podendo ser consumido mais vezes sem representar nenhum problema.
Peixes como tilápia, truta, bacalhau, linguado, salmão, sardinha e atum são exemplos de pescado que trazem em sua ingestão benefícios para o coração. Mas, os campeões em ômega 3 em 100 g de alguns peixes são: arenque com 1,2 a 3,1 gramas,seguido da sardinha com 1,5 a 2,5 gramas, e salmão com 1,0 a 1,4 grama.
O estudo realizado pela American Heart Association, nos Estados Unidos, aponta ainda que as mulheres pertencem a um grupo privilegiado em relação aos demais consumidores de peixe. Segundo a pesquisa, o risco de desenvolver doenças cardíacas em mulheres na pós-menopausa que comem frequentemente peixe assado ou cozido é menor.
A equipe de pesquisa analisou a dieta de 84 mil mulheres na pós-menopausa, com idade média de 63 anos. As participantes foram separadas pela frequência e tipo de peixe consumido, definidos entre: peixe assado ou cozido e peixe frito.
Em dez anos, aconteceram 1.858 casos de insuficiência cardíaca. As mulheres que ingeriram mais peixe cozido e grelhado tinham um risco 30% menor de insuficiência cardíaca em comparação às mulheres que raramente consumiam. Além disso, as participantes do grupo de grelhados e cozidos tendiam a ser mais saudáveis e jovens do que suas colegas que comiam peixe frito e, eram mais ativas fisicamente e menos propensas às doenças do coração.