Estudos na UFPI auxiliam na criação do Sítio Paleontológico de Altos

O sítio é importante porque há lá uma grande concentração de troncos petrificados da Era Paleozoica

Estudos na UFPI auxiliam na criação do Sítio Paleontológico de Altos | Ascom
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Devido ao reconhecimento crescente que a Floresta Petrificada de Altos tem tido na sociedade, organizações têm se articulado para criação de um sítio paleontológico com o intuito de preservar os mais de 70 troncos datados de aproximadamente 280 milhões de anos. A proposta de criação do parque é liderada pela Prefeitura do município em conjunto com a Universidade Federal do Piauí (UFPI/Teresina), uma vez que as pesquisas realizadas pela Instituição na região visam apoiar a iniciativa.

Outras instituições, como a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (SEMAR) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), colaboram com este projeto que já desponta sua grande relevância para a história.

A proposta de criação do parque é liderada pela Prefeitura do município em conjunto com a Universidade Federal do Piauí - Foto: Ascom

A Floresta fica localizada em São Benedito, também conhecido como Boqueirão do Brejo. De acordo com o professor Juan Cisneros, Coordenador do Laboratório de Paleontologia do Centro de Ciências da Natureza (CCN/UFPI), um grupo de alunos descobriu a Floresta em 2016. De lá para cá, as pessoas têm percebido a importância do sítio, especialmente pelo fato dos troncos serem mais antigos que os dinossauros. Ele explica que a atuação da UFPI tem sido fundamental neste processo, já que a Instituição publicou as primeiras pesquisas feitas no local. “Nós realizamos um mapeamento do sítio, nele identificamos pelo menos 70 troncos petrificados, e ajudamos a determinar a idade deles. A gente não pode proteger o que não conhece! Neste sentido, a nossa pesquisa tem servido de base para apoiar a criação de uma unidade de conservação no local”, ressalta.

Tronco petrificado - Foto: Ascom

Segundo Juan, outras pesquisas estão sendo realizadas no local. Com elas, o objetivo é determinar as espécies de plantas que viveram no sítio. Na sua avaliação, aparentemente, são espécies novas para a ciência e os referidos estudos demoram para serem concretizados, uma vez que requerem variados tipos de análises e comparações. “Outra pesquisa de 2020 feita pela UFPI e UESPI estudou a percepção do sítio paleontológico pelas comunidades locais”, compartilha o professor.

Para o presente e, principalmente, para as futuras gerações, articular a criação de um parque paleontológico na Floresta Fóssil de Altos configura um importante ganho para o município. 'Isso vai fomentar fontes de renda na comunidade local e vai ser muito bom para o nosso Estado, já que vai criar uma opção de lazer cultural/rural no Piauí”, conclui o pesquisador.

Professor Juan Cisneros durante visita à Floresta - Foto: Ascom

Confira pesquisa completa realizada em 2016 aqui.

Histórico da Floresta Fóssil

O sítio é uma floresta petrificada, já conhecida por alguns habitantes do município de Altos. De acordo com o especialista Juan Cisneros, os moradores chamam os troncos petrificados de "pedra-madeira" ou "páu-de-pedra". Nessa linha, ressalta-se, que o sítio é importante porque há lá uma grande concentração de troncos petrificados da Era Paleozoica. São fósseis de árvores parentes das araucárias, dos pinheiros e são mais antigos que os próprios dinossauros.

Devido à ancestralidade dos mesmos, ajudam a contar a história do Brasil e da Terra nos tempos remotos. Assim, por meio deles, é possível obter informações sobre como era o clima e a geografia do Piauí; e de como Brasil mudou com o passar das eras. “Existem poucas florestas petrificadas no Brasil que estejam tão bem conservadas como a de Altos. Em Teresina, também temos uma floresta fóssil nas margens do Rio Poti, mas a de Altos está em melhor estado por se encontrar numa área menos acessível”, observa Juan.

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