A Secretaria do Planejamento do Estado do Piauí (SEPLAN), disponibilizou nesta semana os dados da Conjuntura Econômica do Piauí relativos ao segundo trimestre de 2020. O estudo mostra os efeitos negativos da pandemia na economia do estado e, também, destaca indícios de melhoras, em especial nos segmentos do comércio e da arrecadação, a partir do mês de julho, quando foi iniciada a reabertura dos diversos setores fechados para o bloqueio da disseminação do Coronavírus.
De acordo com Rebeca Nepomuceno, gerente de Estudos Econômicos da Cepro/Seplan, espera-se que a velocidade da recuperação da economia esteja diretamente relacionada ao controle da propagação da doença. “Caso o estado evolua nos indicadores de saúde, com a redução no número de internações e óbitos e na propagação do vírus é esperado que os números econômicos apresentem resultados mais favoráveis nos próximos relatórios", explicou.
Um destaque para a conjuntura do segundo trimestre foram as finanças públicas. “Sabemos que esse foi um ponto de preocupação, tanto no Piauí, quanto no Brasil, devido a necessidade de o governo investir mais no sistema de saúde, aumentando suas despesas”. Por outro lado, as atividades econômicas, uma vez restritas, também impactam diretamente na queda da arrecadação. “Isso ficou indicado pelos dados do segundo trimestre. Nota-se que a queda nos números da arrecadação foi diminuindo ao longo do segundo trimestre, o mês mais crítico foi o mês de abril, e houve uma sucessiva melhora até o mês de julho. Isso pode ser justificado por três fatores: a progressiva adaptação do setor produtivo a nova realidade e as novas formas de negócios e serviços; do fomento do consumo, oriundo do recebimento do auxílio emergencial; e da gradual retomada das atividades", relatou Rebeca.
Uma atividade que apresentou resultados positivos no segundo trimestre foi o setor agrícola, mantendo uma trajetória de crescimento que já vinha sendo observada desde o primeiro trimestre de 2020. “Podemos perceber uma melhora nos seus indicadores. O agronegócio corresponde a 92% da produção de grãos do estado e mesmo com os efeitos da pandemia, não há previsão de queda no total estimado, nem aqui no Piauí, nem no cenário nacional", concluiu a gerente.