Seis calouros de agronomia de uma faculdade particular ficaram com queimaduras graves pelo corpo após um trote aplicado dentro da Faculdade da Amazônia (Fama), na noite de segunda-feira (15), em Vilhena (RO). De acordo com os jovens, as lesões foram provocadas por um mistura de creolina e larvicida. Depois da brincadeira, os estudantes feridos deram entrada em hospitais do município. Três vítimas já registraram boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil por lesão corporal.
Em entrevista, o estudante Lucas Ribeiro Boehm, de 17 anos, contou como aconteceu a brincadeira. "Jogaram lepecid com creolina e, na hora que bateu no corpo, começou a queimar. Senti muita dor. Comecei a pular e não parava a dor. Nesse momento corri para o banheiro. Ardia muito. Fiquei meio tonto, quase desmaiei, e um amigo me trouxe para o hospital", relata Lucas, que ficou internado em um hospital particular da cidade com queimaduras de primeiro grau nas costas, ombro e tórax.
Lucas conta que os veteranos diziam que ninguém era obrigado a participar do trote, porém alertavam que os desistentes não iriam frequentar as festas ao longo do curso. Segundo ele, os universitários rasparam os cabelos dos meninos e passaram larvicida nas mãos e nos pés das meninas. "Todo mundo resolveu fazer, pois achávamos que seria legal participar, por ser o primeiro ano de faculdade. Mas não imaginávamos que seria isso. Jogaram um monte de spray em mim. Tinha gente lá fora da faculdade e quem fugisse seria pior. Foi horrível", descreve.
A caloura Kelissa Luila Pereira Rodrigues, de 19 anos, também precisou de atendimento médico após o trote. Ela registrou boletim de ocorrência na manhã desta terça-feira (15). "Disseram para gente que iria ser uma brincadeira com tinta. Quando estávamos cheios de tinta, eles começaram a jogar um produto químico na gente, que começou a queimar e a arder. Foi muita dor", relata.