THE: Estudantes de medicina denunciam condições precárias do curso

Alunos se reúnem nesta segunda-feira (10) para discutir situação.

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Os estudantes do curso de medicina da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) realizam nesta segunda-feira (10), reunião para discutir as condições precárias do Centro de Ciências da Saúde (CCS). Os estudantes denunciam problemas na estrutura, dificuldade de acesso ao hospital escola e atraso de quatro meses no salário de terceirizados. Nesta quarta-feira (12) os estudantes farão caminhada até o Palácio de Karnak para levar as reivindicações para o governador Wellington Dias.

A reivindicação dos estudantes envolve três pontos: A estrutura física do CCS, a falta de professores e sucateamento pelo estado. Como conta o vice-presidente do Centro acadêmico de medicina (CAGEMA), Hitalo Barros. "Esses são só os pontos principais. Em 2019, completamos 20 anos de curso, e o centro acadêmico montou um dossiê dos problemas existentes. A luta não vai parar por aqui, lutamos não só por nós, mas também por todos os pacientes que iremos atender. Se oferecemos serviços de qualidade a eles quando nos formamos, queremos oferecer muito mais", relata o estudante.

Os estudantes denunciam que com a chegada do período chuvoso, o prédio do CCS apresenta inúmeras goteiras. Segundo os estudantes, em várias salas existem infiltrações, goteiras e, na biblioteca existe um risco de desabamento. "No prédio da biblioteca há uma laje com uma caixa d'água sobre ela, a chuva demonstrou infiltração nessa estrutura, e o risco de uma tragédia. Não temos livros suficientes e os laboratórios não possuem estruturas adequadas", informa Hitalo Barros.

Sobre o quadro de professores, os universitários informaram que recorrem a professores convidados por falta de profissionais. "No curso de medicina, os estudantes de determinado período têm que se organizar de forma a, por meio de um ciclo de aulas com professores convidados, conseguir completar determinada disciplina", denuncia o vice-presidente do Centro Acadêmico.

Os futuros médicos piauienses também criticam o abandono do Estado. "No início, possuíamos mestrados em parceria com a FioCruz, revista científica, quadro de professores completo, laboratórios em boa qualidade. Porém, ao longo dos anos, a situação se torna mais crítica. O estado parece não entender a importância do investimento no ensino superior e o reflexo que pode causar nos serviços oferecidos à sociedade", destacou o estudante.

Além da reivindicação envolvendo a estrutura do curso, os estudantes de medicina convivem com dificuldades para terem acesso ao hospital escola, que é o Hospital Getúlio Vargas. O aluno Judson Barroso tem que ir atrás de profissionais que nem sempre são seus professores para aprender algumas coisas, na prática. "Quando eu desejo uma aula prática, tenho de ir atrás da boa ação de algum médico que queira ajudar, sem receber nada em troca. Isso acontece porque a coordenação do curso e a administração da universidade e do hospital não fazem nada disso por mim. Ou seja, a responsabilidade é jogada nas costas dos acadêmicos, que dependem da boa ação de profissionais", reclama o estudante. (L.P.)

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