Um grupo de estudantes de medicina da Universidade Federal do Piauí (Ufpi) de Teresina criou o VOLTAMEDUFPI, campanha virtual para o retorno de aulas práticas. Por meio de militância virtual, eles reclamam que foram silenciados, pois a equipe de social media proibiu comentários em postagem do Instagram da instituição.
O estudante Samuel Chaves Cardoso de Matos é um dos que defendem o denominado “ensino híbrido”. “É importante ressaltar que eu não falo apenas por mim, falo em nome de um grupo de acadêmicos do curso de medicina da UFPI que está lutando para que o retorno das aulas e para que o princípio de isonomia nos seja garantido”, frisa.
Samuel conta que tem o apoio dos professores. “Citamos ainda o apoio da ampla maioria dos professores e da própria coordenação do curso de medicina para que seja oferecido um ensino híbrido. Apoio este construído nos últimos dias após muito diálogo entre representantes discentes e docentes. Nós do VOLTAMEDUFPI, em conjunto com o centro acadêmico do curso de medicina, apresentamos propostas de modelo híbrido, como tem sido adotado por algumas instituições particulares e públicas, às instâncias superiores da Ufpi, porém nossas propostas foram negadas”, explica.
O estudante diz que não firmaram o compromisso em garantir a continuidade do ensino. “Sequer elencaram os motivos para a não implementação do modelo híbrido.
Foi aprovado recentemente pela UFPI, após meses de suspensão das aulas presenciais e após um semestre extra 2020.3 que durou de agosto a outubro, um retorno remoto do semestre 2020.1(, porém as condições para este semestre remoto não possibilitaram à coordenação do curso de medicina que oferecessem as disciplinas necessárias para garantir a continuidade do ensino, uma vez que a maioria das disciplinas da grade curricular do curso possui grande componente prático. Sendo assim, boa parte dos acadêmicos do curso, que geralmente cursam entre 6-10 disciplinas não terão possibilidade de cursar sequer uma disciplina ou algumas poucas apenas”, acrescenta.
O VOLTAMEDUFPI cobra da Ufpi um retorno das aulas práticas. “O modelo híbrido proposto leva em consideração a natureza de nosso curso, a necessidade do contato dos estudantes de medicina com os pacientes, e a atual pandemia que vivemos. Aulas teóricas oferecidas de maneira remota e aulas práticas presenciais em grupos reduzidos de alunos, com uso de EPIs e testagem periódica. Entendemos que o modelo híbrido é a única saída para a continuidade do ensino. Entendemos que a pandemia tem gerado um futuro de incertezas e que adaptações são necessárias. Entendemos que não podemos simplesmente esperar quando podemos nos reinventar e adaptar para que a vida continue de maneira segura”, finaliza.