A confiabilidade do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já foi colocada em discussão várias vezes, como consequência de uma série de polêmicas envolvendo a aplicação e correção da prova.
Mesmo com todos esses problemas, que contribuem para criar um clima de insegurança entre os estudantes, uma pesquisa divulgada na semana passada revelou que o percentual de estudantes que confia no sistema de correção do exame chega a 58%.
Na Pesquisa IBOPE Inteligência (CONECTAí), realizada com 1.953 internautas que navegaram no site do Guia do Estudante, entre os dias 4 e 9 de junho, apenas 23% dos entrevistados declararam não confiar no sistema de correção do exame, por conta das provas roubadas, erros na correção da redação, vazamento de questões do pré- teste.
Todos esses problemas contribuem para criar um clima de insegurança entre os estudantes. No Piauí, a realidade é parecida. A maioria dos alunos sente segurança na correção da prova do Enem. Rômulo Silva Amorim, 18 anos, e Luis Felipe Rodrigues, 18 anos, são dois dos estudantes piauienses que confiam no sistema de correção do Exame.
?Eu confio no sistema de correção, inclusive o meu professor de cursinho me disse que este ano a correção será ainda mais rígida?, comenta Rômulo, que está se preparando para o Enem 2013. Quem também não desconfia do Exame é Barbara Suellen, 18 anos. ?Confio no Enem, porque ele é muito difícil. Sei que o risco de que ocorram problemas existe, mas eu confio?, destaca. A pesquisa IBOPE demonstrou ainda que grande parte dos estudantes vê o Enem como ferramenta de acesso ao ensino superior.
Os dados revelam que 73% dos participantes afirmaram que irão usar o exame para participar do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação e 44% utilizarão também para concorrer a uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni). Já 27% dos participantes da pesquisa aproveitarão o exame para obter financiamento do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies).
?Embora não sinta 100% de segurança no Exame, vou fazer a prova. Até porque esse é o principal acesso ao ensino superior?, comenta a estudante piauiense Mayra Oliveira.
Correção da redação será mais rigorosa
Para tentar corrigir falhas, a correção das provas de redação da edição do Exame esse ano será mais criteriosa. Garantindo mais rigor na correção da redação, inserções indevidas serão zeradas e para garantir a nota máxima serão aceitos apenas desvios gramaticais excepcionais e que não caracterizem reincidência.
Além disso, a expectativa é que uma a cada três redações irá para um terceiro corretor, antes o índice era de aproximadamente 21%. Isso ocorrerá quando houver uma discrepância de mais de 100 pontos entre os dois primeiros corretores. No ano passado, a discrepância tinha que ser de mais de 200 pontos para que fosse encaminhado a um terceiro avaliador.
O edital também prevê maior rigor para os corretores, que terão mais horas de capacitação e serão acompanhados e avaliados. Eles poderão ser dispensados inclusive durante a correção. A nota final corresponde à média aritmética simples das notas atribuídas pelos dois corretores. Caso haja discrepância entre eles, a redação será corrigida, de forma independente, por um terceiro corretor.
Se não houver discrepância entre o terceiro corretor e os outros dois ou caso haja discrepância entre o terceiro corretor e apenas um dos corretores, a nota final será a média aritmética entre as duas notas totais que mais se aproximarem, sendo descartadas as demais notas. Mas no caso do terceiro corretor apresentar discrepância com os outros corretores, o texto será avaliado por uma banca, que atribuirá a nota final.