Estudante vende doces para pagar vestibular para jovens humildes

Graças à repercussão da atitude, os estudantes abraçaram a causa

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Maris Malfate, de 22 anos, é estudante do curso de Letras da Unicamp, uma das principais universidades do país. Todo estudante sonha um dia poder estudar lá. Mas, nem todos tem condições de sequer pagar a taxa de inscrição do vestibular.

É o caso de 15 jovens de baixa renda que Maris está tentando ajudar com a venda de doces na porta do refeitório da universidade. O dinheiro arrecadado vai ser usado para pagar a taxa de inscrição do vestibular para esses jovens. A meta é arrecadar R$ 2.400 antes do prazo final de inscrição, que se encerra daqui duas semanas.

A estudante é professora voluntária de gramática do Proceu, um cursinho pré-vestibular gratuito que acontece dentro da própria Unicamp. Maris teve a ideia durante uma de suas aulas. Ela dá aula para 90 estudantes dos quais 15 não conseguiram isenção da taxa de inscrição. Sem dinheiro, eles provavelmente não fariam a prova.

“Comecei a participar do cursinho fazendo plantões de reforço para os alunos. Boa parte deles trabalha durante o dia e estuda à noite e enfrenta inúmeros desafios de uma realidade bem diferente da maioria dos estudantes da Unicamp. Pensei como eu poderia ajudar os alunos e tive a ideia de vender os doces. Logo um monte de gente se interessou em ajudar, inclusive os próprios alunos, e recebi várias doações e ajuda de amigos pra começar a fazer os brigadeiros”, explica Maris.

Graças à repercussão da atitude, os estudantes abraçaram a causa. Em apenas dois dias de vendas, Maris já atingiu R$ 2.000.

“Nos últimos dias um monte de gente apareceu para comprar os doces. Outros apenas contribuíram com o dinheiro mesmo sem levar nada. Por isso conseguimos o dinheiro mais rápido do que eu previa. Acho que até o fim desta semana a gente arrecada os quatrocentos reais que faltam”.

Isenção

Para ter direito à isenção da taxa de R$ 160 para o vestibular da Unicamp o candidato deve preencher alguns requisitos como ter cursado o ensino médio integralmente em instituições da rede pública de educação; estar integrado a domicilio com renda máxima correspondente a R$ 1.100 mensais por morador; já ter concluído ou estar concluindo este ano o ensino médio e ser residente e domiciliado no Estado de São Paulo. 

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