A estudante Jéssica Helen, de 19 anos, chegou às 13h04, quatro minutos depois de os portões da escola estadual Hildebrando de Araújo, no Jardim Botânico, em Curitiba, fecharem. Como perdeu a nova prova do Enem, ela vai depender da nota da primeira versão do exame, que estava com problema de impressão.
Nesta quarta-feira (15), estudantes prejudicados por problemas de impressão do caderno amarelo na prova anterior, feita em outubro, fazem a nova prova. Segundo o Inep, órgão do Ministério da Educação responsável pelo teste, foram convidados 9.500 alunos.
?Me colocaram em uma escola muito longe. Não sabia chegar e peguei o ônibus no sentido contrário?, disse, aos prantos, na porta do colégio. Ao se deparar com o portão fechado, Jéssica se ajoelhou e chorou. A estudante mora no bairro Santa Cândida, a cerca de dez quilômetros do local de prova.
Me colocaram em uma escola muito longe. Não sabia chegar e peguei o ônibus no sentido contrário"
Jessica Helen, estudante
?Paguei R$ 2 mil em cursinho preparatório e não vou prestar nenhum outro vestibular?, afirmou Jéssica. Ela pretende disputar uma vaga no curso de medicina em três universidades que substituíram o vestibular pelo Enem.
"Vi a porta fechando", diz aluno retardatário
Em Belo Horizonte, o estudante Greghory Gusmão, de 18 anos, chegou segundos depois que a porta foi fechada, em uma faculdade particular que, nesta quarta-feira, reaplica as provas do Enem. Ele tentou entrar, mas não conseguiu. "Falaram que o prazo tinha acabado. Vi a porta fechando", disse.
Gusmão falou que não conhecia o local. Agora, para tentar conseguir pontuação para cursar Engenharia Civil, na UFMG, ele vai contar com a correção da primeira prova. Mesmo chateado com o atraso, ele se disse confiante. "Fui bem na primeira prova. Pelos meus cálculos fiz uma média de 135 pontos", falou o estudante.
Expectativa antes da prova
A expectativa dos alunos ouvidos pelo G1 antes do início da prova no colégio estadual Hildebrando de Araújo, em Curitiba, é de que o nível de dificuldade seja o mesmo da prova aplicada em 6 de novembro.
?Acredito que terá o mesmo nível porque o ministério tem de ser justo?, disse Iolanda Zetola, de 20 anos, que pretende usar a nota do Enem para conseguir uma vaga no curso de enfermagem.
Os amigos José Guilherme Augustinho, de 18 anos, Jéssica Reis, de 19 anos, e Gabriela Rocha Trevizan, de 18 anos, compartilham a mesma expectativa.
?Espero que tenha o mesmo grau de dificuldade. Eu até pensei em não fazer esta prova, mas como não fui bem no vestibular da Federal do Paraná, vou tentar conseguir uma vaga pelo SiSU (Sistema de Seleção Unificado)?, afirmou Gabriela.
José Guilherme disse que a prova amarela que recebeu no dia 6 de novembro faltava 15 questões. ?Seria muito injusto se o MEC não reaplicasse o exame?, disse.
Isabella Zanelatto, de 20 anos, afirmou que na sala onde fez o Enem todos os alunos que reclamaram da prova amarela tiveram o caderno de questões substituído, menos ela.
?Não havia prova suficiente para mim. No ano passado, fui bem no vestibular da Federal do Paraná, mas não passei porque não fiz o Enem. Neste ano, não poderia deixar de fazer o exame?, disse Isabella que vai disputar uma vaga no curso de turismo.