O estudante de 15 anos atropelado nesta segunda-feira (16) no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo, quando fugia de alunos da Escola Estadual Ascendino Reis que queriam aplicar um trote, afirmou que quer esquecer o primeiro dia de aula. O atropelamento aconteceu a menos de uma quadra da escola. O jovem sofreu um corte na orelha e levou dez pontos.
?Acho que tem que acabar, legal não é, levar desaforo não é legal?, afirmou Lucas Oliveira Ângelo, que ressaltou que também não quer mais ouvir falar de trotes. O pai do adolescente, o autônomo Sérgio Ângelo, viu o momento em que o filho foi atingido pelo veículo.
?Ele estava atravessando na faixa de pedestre. Ele viu os garotos e deu um passo para trás, para não pintarem. No que ele deu um passo atrás a moça veio e pegou ele, ela não chegou a ver?, afirmou.
Outros alunos da escola contaram que foram obrigados a deixar que pintassem o rosto e o uniforme. Ao chegarem na escola, eles foram surpreendidos por outros alunos, ainda no ponto de ônibus.
Também não escaparam as roupas, rostos e cabelos de dezenas de outros alunos. Os estudantes do primeiro ano do Ensino Médio disseram não ter tido opção ? concordando ou não com a brincadeira. ?Eles falaram que se a gente corresse, ia ser mais difícil?, disse Astolfo José Silva Costa, de 14 anos.
O advogado Rogério Ramos, pai de dois alunos, foi buscar os filhos dentro da escola quando soube que eles eram ameaçados por veteranos. ?O meu mais velho estava com o celular e me ligou. Quando cheguei, vi uma coisa absurda?, afirmou.
A mãe de uma jovem de 14 anos que também estuda na escola fez um boletim de ocorrência. Sua filha teve o celular e o RG roubados durante o trote.
A direção da escola informou que chamou a Ronda Escolar assim que soube o que estava acontecendo do lado de fora. Os envolvidos fugiram. A direção disse ainda que não vai tolerar esse tipo de atitude e que deverá se reunir com os pais dos alunos que foram identificados.