Estresse: o novo elemento da vida moderna e suas consequências

Especialistas pontuam que é necessário buscar alternativas.

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O estresse já faz parte do cotidiano da vida moderna e vários são os motivos que desencadeiam o fenômeno emocional. Mas especialistas pontuam que é necessário buscar alternativas para melhor lidar com o estado.

O psiquiatra Eurivan Sales afirma que o estresse é algo necessário às pessoas dentro do limite suportável, auxiliando, inclusive, a superar desafios. Contudo, quando em excesso, pode ser maléfico para a vida das pessoas e em sua grande maioria está correlacionado a um quadro de ansiedade intensa e que pode ser ocasionado por fatores internos, inerentes à própria pessoa, ou externos, relacionados ao ambiente.

Segundo o médico, o estresse pode ser ocasionado por vários fatores, como uma briga de trânsito, uma pretensão de emprego ou alguma contrariedade. “Exercitar a forma de superar esse estresse é muito importante. A pessoa deve ter contida dentro dela que deve suportar bem as adversidades da vida, evitar fatores estressantes, por exemplo. Eu defendo que as pessoas não devem andar armadas, pois quando ocorre qualquer desentendimento, o estresse pode fazer com que esse cidadão faça algo impensado contra outra pessoa e/ou ele próprio”, declarou.

Ele classifica o estresse como um estado ansioso que ajuda as pessoas a enfrentarem determinadas situações, mas quando passa do limite é prejudicial, podendo causar danos importantes para a saúde física e mental.

A cegueira e diarreia são problemas comuns, já que o sistema digestivo é afetado quando um indivíduo se encontra em uma condição de forte estresse. Além disso, a pessoa com estresse pode apresentar desmaios. “O estresse normalmente desencadeia uma ansiedade e faz as pessoas perderem o controle das coisas. O sistema nervoso fica afetado e faz o coração acelerar, as mãos ficam geladas e a respiração, ofegante”, acrescentou.

O psiquiatra Eurivan Sales explica que é necessário uma autoavaliação do comportamento e, se possível, até pedir conselho a pessoas próximas para identificar se o quadro de estresse é muito comum. De acordo com ele, deve-se procurar um profissional especialista para tratar a saúde mental através de psicoterapias e assim estar mais preparado para lidar com os efeitos do estresse.

“O psicólogo vai orientar que ele tem que ser tolerante, que não pode estourar no primeiro momento. Ele vai sendo treinado para suportar uma carga de estresse maior e outros casos pode até ser indicado a um psiquiatra para ser tratado clinicamente”, considerou.

Ele destaca ainda que o corpo avisa quando as coisas não vão bem e que é preciso prestar atenção aos sinais, como a sensação de desgaste constante, hipertensão e alterações de humor.

Motoristas estão mais vulneráveis

Alguns profissionais devem ter cuidado redobrado por estarem mais expostos a situações de estresse. Os motoristas de ônibus são um deles, pois têm uma pressão de trabalho muito grande, uma vez que precisam realizar todo o trecho da sua linha de percurso dentro de um tempo limite previamente estipulado. As barreiras ao longo do trajeto, como congestionamentos, atrapalham o percurso e, por vezes, os motoristas sofrem alguma repreensão. “Dessa forma, eles já entram estressados dentro do veículo e podem dar uma freada brusca, tratar um passageiro mal, provocar um acidente, entre tantas outras séries de eventualidades”, avaliou.

O motorista de ônibus circular Albert Alves de Araújo já está há 10 anos na profissão e faz a linha Universidade Circular, em um ônibus do Consórcio Teresina. Ele afirma que uma das técnicas para tentar não se estressar é pensar na família no momento em que se encontra em alguma situação caótica. “Muitas vezes, entramos em ruas emburacadas, pegamos longos congestionamentos e ainda temos que lidar com motoristas e motociclistas imprudentes. Esses acontecimentos nos deixam estressados, mas nesse momento eu penso nas minhas filhas e lembro que tenho que levar o sustento para casa”, revelou.

Edmar Sousa acrescentou que como já trabalha no segmento há 5 anos, procura sair de casa sabendo que vai enfrentar um trânsito conturbado para, assim, estar mais preparado para não perder o controle da situação. “Eu busco colocar uma música e observar a paisagem para não me estressar, nem sofrer maiores consequências no futuro”, disse.

De acordo com o psiquiatra Eurivan Sales, policiais e seguranças também devem ter cuidado. “Homens que andam armados devem estar preparados para saberem agir de forma mais consciente em momentos de alto estresse. Então é sempre recomendado buscar ajuda profissional”, pontuou.

Busca pela satisfação é válvula de escape

O ritmo exaustivo, as cobranças do mercado e metas no trabalho e em casa podem gerar problemas graves à saúde que têm relação direta com o estresse. Para o psicólogo Jean Lustosa, é preciso ficar atento e não colocar o estresse como inimigo para que ele não exerça um controle tão grande sobre a vida.

“A maioria dos problemas que a gente tem recebido nos consultórios são oriundos do estresse e isso vai levando a quadros de pânico, em que a pessoa perde a motivação. O estresse é um mecanismo natural para sobreviver, mas quando vem em excesso, torna-se prejudicial. Por isso, trabalhamos a busca pela satisfação nas atividades desenvolvidas por esse indivíduo como válvula de escape para a exaustão”, avalia.

De acordo com o profissional, o principal trabalho realizado nas terapias está na ressignificação do papel da pessoa como cidadão, que compreende em entender o papel no mundo, na família, no trabalho, o que ela representa em todos esses ambientes. “Então é preciso encontrar atividades prazerosas para encontrar a melhor satisfação para aquele paciente e ressignificar as cargas de estresse”, completou.

Realizar atividades físicas, ter uma alimentação balanceada, buscar o bem-estar e ter o entendimento de que tudo é uma fase são pontos importantes para fugir de grandes picos de estresse.

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