O objeto não identificado que caiu em cima do capô de um carro, na cidade de Santos, localizada no litoral de São Paulo, tem características de lixo espacial. É o que dizem especialistas ouvidos pelo g1. O objeto, que possui formato cilíndrico, é revestido de metal e atingiu o veículo com uma temperatura bastante elevada. O impacto do objeto foi tão forte que amassou o teto do carro e acionou o alarme.
O veículo pertence ao bancário Marcel de Camargo, que relatou ao g1 que se surpreendeu com o barulho, semelhante a uma explosão. Ele também acredita que o objeto deve ter vindo do espaço. Ele chegou a conversar com amigos que trabalham na área de engenharia para tentar descobrir o que poderia ser o metal, mas até agora não há nenhuma outra explicação para isso.
O que dizem os especialistas
Para o analista de planejamento de manutenção de aeronaves e professor da ETEC Santos Dumont, Eduard da Macena, há indícios de que o objeto caiu do espaço. "Pela altura que caiu, é bem provável. Lixo espacial cai praticamente todo dia na Terra", disse ele ao g1.
Daniel Mello, que é astrônomo do Observatório do Valongo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), concorda que seja lixo espacial e ressaltou que o aparecimento desses objetos ficará cada vez mais comum. "Vai se tornar cada vez mais comum esses fragmentos despencarem em direção à superfície da Terra. Para nossa sorte, nossa atmosfera consegue barrar os pequenos fragmentos, mas os maiores pedaços acabam caindo [ inclusive em área urbana]", disse Mello.
Risco
Segundo o bancário Marcel de Camargo, o objeto estava extremamente quente, impossibilitando que fosse pego com as mãos, logo após cair em cima do veículo. O analista explicou que isso ocorre devido a queda ser de altíssima velocidade junto ao atrito do ar. "Se tivesse atingido a cabeça de alguém poderia matar. Ainda bem que não atingiu ninguém", comentou Macena.
O professor explicou que atualmente há diversos estudos para diminuir o lixo espacial que está em órbita. "Esse objetos estão atrapalhando tanto lançamento de foguetes como novos satélites. E quando caem, costuma ser no mar, onde temos a maior porção de espaço", finaliza.