Mais uma vez o desfile das Escolas de Samba em Teresina não vai acontecer. O novo presidente da Fundação Cultural Monsenhor Chaves (FCMC), Luiz Carlos Martins, anunciou que a Prefeitura não fará repasse financeiro para as escolas no Carnaval de 2019. A justificativa do executivo municipal está na crise financeira. Dirigentes das aglomerações estão polvorosos e mesmo assim prometem não ficar de fora da tradição do Carnaval da cidade.
A falta de patrocínio da Prefeitura não vai intimidar as escolas de samba a mostrar alegria — mesmo não sendo na avenida—, a festa vai acontecer na rua.
A Escola Brasa Samba vai sacudir a Rua Piauí, no bairro Matinha.
“Já esperávamos por isso da Prefeitura mais uma vez. Mesmo assim, vamos bater o tambor e mostrar que estamos vivos, mostrar o samba. Iniciaremos nossos ensaios na quadra da escola e até os dias de Carnaval faremos a festa com bateristas, sambista e convidamos todos para o nosso Carnaval”, enfatiza a presidente da Brasa Samba, Eliane Oliveira.
A Brasa está com um projeto de expansão de sua quadra. Para quem pensa que a escola está “apagada”, se equivocou. “Estamos com agenda cheia em festas de clubes, agremiações, festas privadas. Não paramos”, disse Eliane, que segue otimista e acredita que a festa não vai deixar de acontecer. A abertura dos ensaios de Carnaval da Brasa ocorre na quinta-feira (24), às 19h, na Rua Piauí.
A escola de samba Sambão também não vai deixar o samba morrer.
“Vamos fazer nosso Carnaval de qualquer jeito porque a Sambão tem roda de samba. Nossa festa será em um depósito aqui perto”, disse uma das moradoras da vizinhança da quadra da Sambão, que funciona hoje em um estacionamento.
Do outro lado está a escola Skindô que também vai fazer o Carnaval na rua. O presidente, Jamil Said está há 41 anos à frente da agremiação e revela que a escola não recebe verbas de forma oficial há três anos. “Sem apoio da Prefeitura, nada em Teresina se sustenta. Nós temos um projeto de fazer os quatro dias de Carnaval na rua e aberto ao público. Levaremos um telão com as imagens dos desfiles, concursos com as melhores passistas das escolas e o julgamento com a melhor bateria”, destaca.
Ponderando sobre os últimos acertos para a festa, Jamil explica que uma reunião no clube da Arca (sede da Agespisa), no dia 24 de janeiro, às 19h, vai reunir os representantes das 8 escolas de samba da capital. “As pessoas se acostumaram a não ter Carnaval na cidade e por isso viajam”, explicou. “ Não existe uma competição entre as escolas de samba, nós estamos nos ajudando para o Carnaval ir para frente”, disse ele, que aguarda uma definição melhor do que poderá ser feito nos próximos anos.
O último desfile das escolas de samba na Avenida Marechal Castelo Branco aconteceu há três anos, em 2016. No meio disso tudo, o Carnaval de Teresina, que já foi um dos melhores do estado com 75 anos de desfile, continua definhando.