Escolas ao ar livre auxiliam no aprendizado saudável e seguro na pandemia

O contato com a natureza no conteúdo de diferentes disciplinas provoca estímulos cognitivos e de percepção de espaço que enriquecem o desenvolvimento intelectual e emocional e ainda traz ganhos à saúde.

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Imagine uma sala de aula embaixo de uma mangueira ou uma contação de histórias aos pés de um cajueiro. Essa é uma realidade que está se tornando cada vez mais comum e tem sido a proposta de escolas referências em educação no mundo. A Ross School, em Nova York, o colégio Porto Seguro, em São Paulo, e a Great International School, no Nordeste, são alguns exemplos de escolas com ensino ao ar livre, um modelo que se tornou indispensável para uma aprendizagem saudável, acolhedora e  biologicamente mais segura diante da realidade de pandemia.

Ao considerar os novos tempos e as diversas possibilidades da infância e da educação, as escolas têm adotado atividades ao livre para somar ao ensino e à aprendizagem. Com aulas em uma área externa, é possível despertar a atenção de crianças de formas diferentes. São barulhos e sensações que provocam outros estímulos cognitivos e de percepção de espaço, habilidades importantes para o desenvolvimento. Observando a natureza, a criança pode aprender sobre ciências, arte ou geografia, por exemplo.

Escolas ao ar livre: o modelo de ensino que se tornou indispensável para uma aprendizagem saudável e biologicamente mais segura em tempos de pandemia(Foto: reprodução)

Vale frisar que a natureza, em si, é educadora e benéfica para o desenvolvimento físico e intelectual. Um ensino mais próximo ao meio ambiente colabora com o protagonismo infantil, pois faz com que os pequenos se engajem em projetos práticos, em atividades físicas que enriquecem o desenvolvimento intelectual e emocional, onde o professor se torna mediador e não apenas fornecedor de conteúdo. 

O contato com a natureza, no conteúdo de diferentes disciplinas, da educação infantil até o último ano do ensino médio, ajuda a incentivar a criatividade e a capacidade de tomar decisões e resolver problemas, o que por sua vez contribui para a melhora da coordenação psicomotora. Tudo isso promove uma infância mais rica, criativa e saudável.

Com aulas em uma  área externa, é possível despertar a atenção de crianças com barulhos e sensações  que enriquecem o aprendizado.(Foto: Reprodução)

John Whittlesea,  professor com mais de 30 anos de experiência em escolas internacionais e Diretor Pedagógico da Great International School, ressalta que isso é importante porque,  em seu desenvolvimento, as crianças precisam de perspectiva, área verde, espaço de exploração e liberdade para construir seu próprio universo e compreender o universo do outro. 

“Isso reduz as experiências de uma infância em espaços fechados, diante de uma realidade em que o contato das crianças com a natureza é raro ou insuficiente nas cidades onde a zona urbana tem pouco, ou nenhum espaço verde”, destaca John.

Observando a natureza, a criança pode aprender sobre ciências, arte ou geografia, entre outros conhecimentos.(Foto: reprodução)

GANHOS PARA A SAÚDE

Espaços como casa na árvore, caminhos na mata, área de escala e jatos de água, entre outros exemplos de ambientes que focam a amplitude para a diversidade de atividades ao ar livre, são uma nova necessidade nesse contexto sanitário predominante no mundo. Isso é uma medida recomendada por instituições internacionais, como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), por entidades médicas e científicas, como a Academia Americana de Pediatria (AAP) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é outra instituição que recomenda o acesso diário de, no mínimo, uma hora a oportunidades de brincar, aprender e conviver com a natureza, para que as crianças possam se desenvolver com plena saúde física, mental, emocional e social. Ainda segundo a entidade, a inserção de elementos de estudo fora da sala de aula pode aumentar não só as possibilidades do brincar, como também a qualidade do ensino curricular e a motivação dos alunos e professores.  

E os benefícios pedagógicos de se aprender “com” e “na” natureza, vão além de uma aprendizagem saudável. Agora isso também é uma medida sanitária para que as escolas possam ser mais seguras, afinal as chances de contágio pela covid-19 diminuem consideravelmente em espaços abertos. 

Outra vantagem é que as atividades fora da sala de aula podem trazer também benefícios como o aumento da vitamina D e da imunidade, graças à exposição ao sol.  Essa convivência auxilia ainda no combate a obesidade, hiperatividade e problemas como ansiedade.

As escolas ao ar livre são uma inspiração para que repensemos a arquitetura das escolas atuais. E embora esse modelo ainda não esteja disseminado no Brasil, existem instituições que investem nisso para uma aprendizagem saudável e biologicamente mais segura para seus alunos.  

A Great International School, localizada na av.Nossa Senhora de Fátima, em Teresina, adota as aulas ao ar livre como uma das formas de promover um ensino acolhedor e que valoriza a consciência ambiental. A instituição dispõe de mais de 55 mil m³ com vasta área verde e proporciona aos alunos atividades como cultivo de hortaliças, arvorismo e até contato com animais em uma fazendinha.

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