Conforme informações obtidas através de fontes relacionadas ao Ministério da Educação (MEC), as primeiras listas de aprovados do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que foram disponibilizadas em 30 de janeiro, enfrentaram uma situação problemática devido a um processo interno ainda não concluído pelo MEC.
O processo de validação dos resultados estava em andamento, especificamente para garantir a correta aplicação das políticas de cotas, quando o site do Sisu acabou por exibir prematuramente as classificações. Esse erro provocou uma série de repercussões, pois após aproximadamente 25 minutos do anúncio, a página contendo as informações imprecisas foi removida.
No entanto, o dano já estava feito, e no dia seguinte, quando os resultados definitivos foram divulgados, alunos que anteriormente haviam celebrado suas aprovações, descobriram que não estavam incluídos na lista final.
Publicamente, o MEC admitiu que houve uma divulgação indevida de resultados provisórios, ainda não homologados, e assegurou que o caso está sendo investigado minuciosamente para identificar as causas e evitar recorrências no futuro.
Essa situação também levantou questões sobre as mudanças nas categorias de cotas entre o momento da inscrição e a divulgação dos resultados. No processo de análise das cotas, a lista de aprovados é constantemente modificada à medida que o sistema avalia diferentes categorias de cotas, resultando no remanejamento dos candidatos. O que aconteceu neste caso foi que o MEC divulgou a lista de classificados antes que esse processo de análise das cotas fosse concluído, o que levou a uma série de inconsistências nos resultados.
Além disso, vale destacar que em 2024, pela primeira vez, o Sisu implementou um novo critério na distribuição de vagas. Todos os candidatos competiram inicialmente pelas vagas de ampla concorrência, independentemente de sua inscrição como cotistas. Somente aqueles que não conseguiram se classificar nessa categoria foram considerados para as vagas destinadas às políticas afirmativas.
Esta mudança de paradigma na distribuição de vagas do Sisu para 2024 trouxe consigo um novo conjunto de desafios e ajustes para candidatos e instituições de ensino. Um exemplo concreto disso foi o caso de Emanuely Varjão, uma jovem de 21 anos de Camaçari (BA), que se inscreveu na categoria de cotistas de baixa renda, mas acabou sendo aprovada como cotista de escola pública, independentemente de renda, devido ao seu desempenho superior.
Essa nova política de ações afirmativas, estabelecida pela portaria nº 2.027 de 16 de novembro de 2023, foi introduzida para ampliar o acesso à universidade para um número maior de cotistas. Ela permite que candidatos com desempenho superior na ampla concorrência não tirem vagas de cotistas com desempenho inferior, proporcionando assim uma maior equidade no acesso ao ensino superior.