Os comandos da Marinha e da Aeronáutica informaram que mais três corpos de pessoas que estavam a bordo do vôo AF 447 - que caiu no oceano quando ia do Rio para Paris - foram resgatados nesta quinta-feira. Com isso, o total de corpos encontrados chega a 44. Os cadáveres localizados nesta quinta-feira foram os primeiros recolhidos na área de responsabilidade do Senegal.
Os três corpos estão à bordo da fragata Constituição. Do local das buscas, a embarcação segue para Fernando de Noronha, onde os mortos serão deixados para o trabalho de pré-identificação, e depois vai para o porto do Recife, descarregar mais destroços do Airbus.
Entre as estruturas que estão no navio está a cauda da aeronave, que será retirada por um guindaste. Nesta quinta-feira, não foram avistados mais corpos ou destroços, informou a Aeronáutica.
Um problema para as equipes que trabalham nas buscas nesta quinta, as condições metereológicas devem melhorar na área amanhã, disse o tenente brigadeiro Ramon Borges Cardoso, que é diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). "Os corpos estavam na área primordial de buscas, onde há melhor probabilidade de concentração", disse.
A partir desta sexta-feira, segundo o departamento de comunicação da Aeronáutica, parte dos corpos encontrados poderão passar a ser chamados de despojos, o que indica que as equipes de busca já esperam encontrar apenas partes das vítimas. Até agora, no entanto, foram encontrados apenas corpos inteiros - ou parcialmente inteiros.
Nesta quinta-feira pela manhã, informou a Aeronáutica, foi concluída a transferência dos outros 25 corpos que estavam na fragata Bosisio para o arquipélago de Fernando de Noronha. Os primeiros corpos pré-identificados pela equipe de peritos devem chegar ao Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife no sábado.
Destroços saem de Natal
A Aeronática informou ainda que chegam amanhã à base aérea do Recife os 37 primeiros destroços do Airbus. Eles serão transportados de Natal por um avião Hércules C-130 da FAB e serão analisados apenas por investigadores da fabricante e do governo francês.
O tenente-brigadeiro ressaltou ainda que o submarino francês Emeraude e o navio Mistral estão no local das buscas atuando prioritariamente na busca de destroços e das duas caixas-pretas do Airbus.
Segundo a Aeronáutica, os franceses não tem a obrigação de passar informações de suas buscas ao Brasil e o que for recolhido por eles pode ser levado direto para a França.
O acidente
O Airbus A330 saiu do Rio de Janeiro no domingo (31), às 19h (horário de Brasília), e deveria chegar ao aeroporto Roissy - Charles de Gaulle de Paris no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília).
De acordo com nota divulgada pela FAB, às 22h33 (horário de Brasília) o vôo fez o último contato via rádio com o Centro de Controle de Área Atlântico (Cindacta III). O comandante informou que, às 23h20, ingressaria no espaço aéreo de Dakar, no Senegal.
Às 22h48 (horário de Brasília) a aeronave saiu da cobertura radar do Cindacta, segundo a FAB. Antes disso, no entanto, a aeronave voava normalmente a 35 mil pés (11 km) de altitude.
A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). A equipe de resgate da FAB foi acionada às 2h30 (horário de Brasília).
Desde a manhã de sábado, foram localizados 41 corpos próximos ao local onde a aeronave emitiu as últimas notificações. As vítimas são levadas até Fernando de Noronha por embarcações da Marinha.