Com a transformação tecnológica o mundo entrou em outro estágio. Nesse aspecto, o comportamento das pessoas se modificou e as tecnologias, principalmente os dispositivos móveis, tornaram-se parte da vida dos seres humanos.
Essa reconfiguração das práticas sociais também alcançou a educação. As salas de aulas ficaram mais incrementadas e os contextos educacionais não são mais os mesmos. Por causa disso é preciso refletir sobre a maneira como as tecnologias precisam funcionar nas salas de aulas, e que isso demanda mais de método do que somente de materiais.
Inovação e metodologia foram os temas principais do II Workshop Inovação e Educação que aconteceu na cidade do Rio de Janeiro. Segundo o reitor da Universidade Estácio, Ronaldo Mota, a inovação pode ser entendida como um novo processo ou produto que atenda a demandas específicas e na educação isso perpassa pela compreensão de novas metodologias. “O problema não está na tecnologia e, sim, na metodologia. É preciso que as metodologias se adaptem aos novos produtos tecnológicos e que os professores e alunos tenham sentido nisso”, explica o professor.
O estudioso relata que hoje estamos vivendo uma situação difícil porque o mundo se apresenta de um modo mais perverso para o conhecimento. “Os indivíduos têm acesso ao conhecimento, mas se tornam analfabetos porque não sabem o que fazer e como utilizar todo esse universo de conteúdo que está ao alcance das mãos”, reitera Mota. O que ele classifica como um novo tipo de analfabeto. É nesse aspecto que, segundo o professor, os processos metodológicos de educação precisam acessar. “A tecnologia está nas salas de aulas, mas as metodologias precisam ser atraentes e interativas”.
O coordenador do projeto Ensino 2020, Roberto Paes, também reitera essa preocupação com a transformação das metodologias em sala de aula. “Na era digital, a autonomia investigativa é um processo vital. Nesse sentido os métodos de ensino precisam ser cada vez mais voltados para os indivíduos, ou seja, personalizados”, declara o estudioso. Ele reforça que a tecnologia é rápida e ruptora, enquanto a metodologia tem um tempo mais lento.
Diante dessas premissas, integrar a inovação com a metodologia de ensino se constitui como o maior desafio das entidades educacionais em todos os níveis. “Não podemos achar que isso seja simples. Mas é preciso também que o foco esteja na qualidade. A tendência hoje é que o ensino se torne abrangente, ou seja, atenda a muitas pessoas, mas que, mesmo assim, tenha a qualidade como uma premissa”, pontua Paes, que é um dos defensores do conhecimento como uma ferramenta universal e transformadora. “Essa é uma construção que deve ser coletiva”.
Pesquisas e dispositivos móveis são realidade transformadora
Durante o II Workshop de Inovação e Educação ficou evidente que a inovação nas metodologias perpassa pelo desenvolvimento de pesquisas. Estas podem estar associadas ao desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis que estejam relacionados ao modo como os conteúdos são disponibilizados aos estudantes e professores, quanto para que estes alunos possam desenvolver técnicas de negócios e tenham rentabilidade.
A exemplo disso, as startups ganham espaço nas técnicas de criação e as pesquisas científicas se fortalecem no espaço universitário. “É necessário à criação um ecossistema de ensino com ferramentas de tecnologia, com metodologias diferenciadas e analíticas que entendam que o erro também é importante no desenvolvimento dos estudos”, explica Roberto Paes. Assim, a materialização de diversas interfaces, que sejam fáceis e interativas se figuram como modelos de ensino cada vez mais reais, mesmo que sejam digitais.