Rodrigo Morgado, empresário preso pela Polícia Federal durante a operação Narco Vela por suspeita de envolvimento com o tráfico internacional de drogas, é um dos investidores do Atlético Monte Azul, clube do interior de São Paulo que tem entre os gestores o pai de Neymar Jr.
A informação adiciona um novo capítulo à trajetória de Morgado, que também ficou conhecido nacionalmente após sortear um carro para uma funcionária e, meses depois, demiti-la e tomar o prêmio de volta.
INVESTIDOR
O Atlético Monte Azul se tornou uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) em novembro de 2023 e passou a contar com a gestão de Neymar pai e do ex-jogador Émerson Sheik. A presidência da SAF está nas mãos de Jota Amâncio, influenciador digital e amigo pessoal de Neymar Jr.
Rodrigo Morgado aparece em vídeos e postagens se apresentando como investidor direto do clube, que vive uma fase de reconstrução: mesmo após o rebaixamento da Série A2 para a Série A3 do Paulistão, o Monte Azul foi campeão da Copa Paulista de 2024 e se prepara para disputar a Série D do Campeonato Brasileiro em 2025 — um marco inédito em seus mais de 100 anos de história.
Antes da prisão, Morgado já havia usado suas redes sociais para destacar a proximidade com Neymar Jr. e sua família. Em abril de 2024, ele postou fotos ao lado do jogador e escreveu:
“A vida realmente dá voltas surpreendentes. Hoje, eu vejo que a contabilidade me abre muitas portas. Tive a honra de estar ao lado e na casa de um dos maiores ícones do futebol”.
Em outro trecho, ele fala sobre humildade de Neymar e agradece por receber sua família.
"Não se trata apenas de conhecer uma estrela, mas de conectar vidas e compartilhar alegrias. Obrigado, Neymar, por tornar este dia inesquecível. Lembranças como estas são os verdadeiros tesouros da vida", finalizou ele.
As publicações foram apagadas após sua prisão.
POLÊMICA: SORTEIO DE CARRO E DEMISSÃO DE FUNCIONÁRIA
O empresário é o mesmo envolvido na polêmica da funcionária demitida após vencer sorteio de um carro dentro da empresa de sua propriedade, a Quadri Contabilidade. A funcionária Larissa Amaral da Silva, de 25 anos, foi a vencedora, mas acabou demitida quatro meses depois e perdeu o veículo, que ela já havia reformado e licenciado com R$ 10 mil de seu próprio bolso.
Quando o assunto veio à tona, o g1 ouviu o empresário, que teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. À época, ele informou que a funcionária perdeu o carro por ter descumprido regras do regulamento. Morgado também afirmou que a funcionária não foi demitida pelas reclamações sobre o carro, mas devido ao comportamento inadequado no local de trabalho.
Segundo a empresa, a funcionária descumpriu regras do regulamento ao alugar o carro para terceiros, o que resultou em sua desclassificação do prêmio e no encerramento do vínculo empregatício. A empresa afirma que todas as verbas rescisórias foram quitadas.
O QUE DIZ A DEFESA DA FUNCIONÁRIA?
Larissa contesta a versão da empresa e afirma que foi pega de surpresa com a demissão, mesmo sendo elogiada por sua atuação profissional. O advogado da jovem, Paulo Ferreira, diz que o caso será judicializado.
“É um caso bem complexo que envolve uma relação de trabalho e uma discussão cível sobre o sorteio realizado. Estamos analisando os documentos comprobatórios e estudando a melhor estratégia para atuação que, em breve, será judicializada”, disse o advogado.
Com informações do g1