Uma universitária brasiliense de 34 anos se indignou ao receber o celular de R$ 500 que comprou pelo site de um hipermercado ? além de um atraso de oito dias na entrega, supostamente provocado pela ausência dos moradores na residência, recados escritos no plástico da embalagem diziam "casa velha" com "três carros sucata".
O serviço foi realizado por uma empresa terceirizada, contra a qual existem várias reclamações em páginas de queixas de consumidores.
"Não foi um bilhetinho de um entregador para o outro. Mesmo se tivessem feito e esquecido, eu teria tirado, nem acharia chato. Mas foi onde não tinha como destacar, onde eu iria ver. Foi falta de respeito. Foi algo muito mal-educado", disse a estudante, que preferiu não se identificar por medo de represália. Pelo mesmo motivo, a família escolheu não registrar queixa contra a prestadora de serviços.
O aparelho foi comprado pelo pai da universitária no dia 13 de fevereiro, dois meses de o anterior dela ter sido roubado, e deveria chegar em até cinco dias úteis. Os recados deixados na embalagem apontam que a empresa tentou entregá-lo nos dias 16 e 19, mas não encontrou ninguém na casa, que fica no Lago Norte. Há também uma observação, afirmando que a cliente passaria o dia inteiro no local, esperando pela encomenda.
A mulher afirma que a demora irritou o pai, que chegou a enviar e-mail solicitando o cancelamento da compra. Mas os bilhetes deixaram a família "ofendida". A estudante, que diz que a casa não é velha e sim mal-pintada, também afirma que não saiu durante todos os dias em que aguardava pelo celular.
"O que me ofende é que foi o meu celular, que eu pedi para o meu pai, um senhor idoso e trabalhador. Vou passar a vida inteira olhando esse celular e pensando que só vou me sentir bem no dia em que eu conseguir pintar a casa. Que a culpa é minha. Que expus meu pai a isso, que ele ficou se sentindo mal, e que eu que causei", conta.
"Cliente chata"
A falha na prestação do serviço lembra a ocorrida com uma secretária executiva, que recebeu dois sanduíches encomendados por telefone com uma nota que trazia a observação "prestar bastante atenção no pedido: cliente chata". O caso aconteceu no dia 15 de fevereiro. Dono do restaurante Zimbrus, Jeremias César Neto reconheceu a falha no atendimento e disse que advertiu o funcionário responsável pela anotação.