Emocionada, professora afirma: 'Diziam para continuar doméstica'

Trabalhou como empregada doméstica por cerca de 10 anos.

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Nesta quinta-feira (15/10), Dia do Professor, a tragetória de Gracinda Ferreira de Souza, de 67 anos, emociona e comprova a importância de uma procissão que é desvalorizada, mas capaz de transformar vidas e realizar sonhos.

Negra e de  família simples, trabalhou como empresada doméstica por durante cerca de 10 anos. “Minha casa era bem simples, a água nem saía direito da pia, tinha barata, não tínhamos dinheiro e tudo era muito difícil. Então, aos 10 anos, minha mãe me levou para ajudar nas casas das patroas e também ajudava minha avó entregar roupas passadas. Fui crescendo e trabalhando como empregada doméstica”, disse.

Emocionada, ela lembra que ao perceber que a patroa estava chegando, escondia o caderno debaixo da cama. "Nos dias de prova eu sempre queria estudar, mas a patroa falava que ia chegar visita e que eu não poderia. Então, enquanto eu ficava passando roupa e limpando a casa, eu olhava para o caderno e estudava. Era o jeito. Aí, quando a patroa vinha, eu colocava o caderno embaixo da roupa”, afirmou. 

Gracinda passou para Educação Física em uma faculdade particular de Bauru, São Paulo. Em 1873, se formou em Educação Física, deixou o trabalho doméstico e começou a trabalhar em uma escola particular:"Quando me formei, tinha uma dívida na faculdade e não pude pegar meu diploma. Mas uma mulher me contratou e falou que podia trabalhar na escola e pagar meu diploma, foi assim que consegui".

A filha se tornou professora do curso de Direito em uma universidade e o filho professor de uma academia nos Estados Unidos. “Sempre os incentivei a estudar e mostrei a importância de um diploma. Eles são meu orgulho", afirma orgulhosamente.

A caminhada como professora durou 25 anos. O segredo? Ela explica: "Eu sempre chorava quando via as crianças lendo e aprendendo. É muito gratificante fazer parte desse processo. Achava lindo aqueles olhinhos brilhando por ter aprendido algo”.

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