Em protesto, mulheres bloqueiam saída de PMs em Fortaleza-CE

Os policiais chegaram a abrir um buraco no muro do batalhão

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Mulheres de policiais militares do Ceará que participaram da greve da categoria em 2011 fizeram um protesto neste domingo (12) em Fortaleza contra a transferência de seus maridos para unidades no interior do Estado.

Segundo Nina Carvalho, representante da associação das mulheres de PMs cearenses, cerca de cem policiais foram transferidos para o interior como represália à participação na paralisação.

Por isso, cerca de 50 mulheres bloquearam a saída do Batalhão de Eventos da PM em Fortaleza entre as 12h e as 14h, impedindo a saída dos policiais que fariam a segurança do jogo entre Fortaleza e Ceará deste domingo.

"É um protesto porque tivemos que passar o Dia das Mães com nossos filhos e sem os pais deles", afirmou Nina.

Os policiais chegaram a abrir um buraco no muro do batalhão, pelo qual conseguiram sair, mas enfrentaram novamente a resistência das mulheres, que cercaram os ônibus que os levariam ao jogo.

O protesto só teve fim depois que o governador Cid Gomes (PSB) apareceu pessoalmente no local, com o comandante-geral da PM, coronel Werisleik Matias, e com o secretário de Segurança, coronel Francisco Bezerra. Em um rápido encontro, marcaram com as manifestantes uma reunião para o próximo dia 24, na sede do governo.

Apesar de resolvido o protesto, o caso evidencia uma nova tensão se formando entre a polícia e o governo do Ceará, que em 2011 acabou culminando na greve. Há reivindicações pendentes que voltam a ser cobradas pelos policiais militares, como redução da jornada de trabalho e a implantação de um plano de promoções dos servidores mais antigos.

A categoria teme que haja a demissão de um grupo de 44 PMs que o governo identificou como participantes do movimento grevista. Segundo a Aspramece (Associação de Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do CE), um deles foi demitido na semana passada. "Uma nova greve não está descartada", afirma Pedro Queiroz, presidente da associação.

Procurada pela reportagem, a assessoria da PM afirmou que só o comandante-geral pode comentar a questão e que ele não estava disponível na tarde deste domingo.

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