O volume de chuva registrado neste ano em todo o Nordeste ficou 25% abaixo do normal. Nos dias que antecedem o Natal, o sofrimento de quem mora no sert?o s? n?o ? maior por um motivo: solidariedade.
A terra ? seca at? onde a vista alcan?a. Quase todos os a?udes secaram, restando apenas ?gua suja. Os pastos desapareceram. A safra foi perdida.
N?o sobrou nada para vender nem para consumir. A boiada anda quil?metros em busca de ?gua, um sacrif?cio para os animais. ?Eles bebem e comem uma vez por dia, porque a ?gua ? longe e n?o tem comida?, disse o agricultor Edvaldo Vieira Silva.
Coopera??o ? uma palavra que o sertanejo conhece bem. Em Monte Alegre de Sergipe, ningu?m enfrenta sozinho as dificuldades impostas pela seca. H? sempre um vizinho ou um amigo contribuindo com o pouco que tem para tornar os dias menos sofridos.
?gua dividida
O agricultor Rivaldo Pereira de Arag?o faz o mesmo caminho, pelo menos, tr?s vezes por semana. S?o cinco quil?metros de onde mora at? a casa do amigo. Os baldes saem de casa vazios e sempre voltam cheios. ?Essa ?gua ? para beber, e tem que beber pouco. Se beber muito, muitas vezes n?o d? para passar dois ou tr?s dias?, disse o agricultor.
A ?gua ? dividida at? a ?ltima gota. ?Um pouquinho para um, um pouquinho para outro, e vai levando a vida?, comentou o agricultor Manoel Messias Santos.
O sertanejo tamb?m divide a palma, ?nico alimento que sobrou para dar aos animais. O menos acaba sendo muito quando se pode contar com algu?m. ?Fica mais f?cil, porque um ajudando o outro n?s chegamos l?, todos unidos?, afirmou o agricultor Givaldo Vieira Silva.