A presidente Dilma Rousseff foi eleita por consenso na manhã desta quarta-feira (20) presidente da Conferência da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, durante a primeira plenária do segmento de alto nível da cúpula.
Em um breve discurso, Dilma disse expressar gratidão pelo mandato, às delegações pela expressiva liderança mundial que ?indica compromisso dos estados aqui representados com a complexa agenda do desenvolvimento sustentável?.
?Nós estaremos à altura dos desafios?, disse a presidente.
O encontro foi aberto pelo secretario-geral da ONU, Ban Ki-moon. "Novamente o Brasil é palco para [...] eventos de mudança. Estamos agora no local de um acordo histórico. não vamos perder essa chance. O mundo está observando para ver se as palavras vão se tranformar em ação", disse Ban Ki-moon.
Os líderes vão debater as propostas das delegações internacionais até sexta-feira. Se entrarem em acordo, assinarão um documento se compromentendo com o desenvolvimento sustentável.
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A plenária
Antes de Dilma, Ban Ki-moon chamou a neozelandesa Brittany Trifford, de 17 anos, para discursar aos chefes de Estado.
"Suas promessas não foram quebradas, mas foram esvaziadas", disse Brittany. "Você estão aqui para salvar as suas peles ou para nos salvar?", questionou.
Após a eleição de Dilma, a presidente chamou o ministro das Relações Exteriores, para anunciar os procedimentos formais das negociações, como a eleição de estados observadores e vice-presidentes.
Sociedade civil
Em discurso, nove representantes de grupos da sociedade civil, como crianças, mulheres e ambientalistas, criticaram publicamente o rascunho do documento resultante da conferência e pediram que os governos consigam revertê-lo.
Segundo Hala Yousry, representante das mulheres, o texto não trata nada a respeito da destruição de plantas nucleares e também não protege os direitos femininos. ?O desfecho da Rio+20 não nos dá os meios necessários para lidar com os grandes desafios do nosso tempo?, disse.
Ela, que é do Egito, citou a realidade atual do seu país, que vive a Primavera Árabe, e comparou com a conferência. ?O que conseguimos no Egito com a última eleição parlamentar? Ao menos dois assentos. O que as mulheres conseguiram no Rio? Muito menos do que esperávamos?, disse.