A filha de Jurandir Teodósio de Souto, que é suspeito de matar a esposa há 18 anos, ainda não teve a oportunidade de encontar pessoalmente com o pai, que chegou na Paraíba na noite de terça-feira (18). Porém, ela afirma que só quer encontrá-lo durante o julgamento. “Minhas conclusões eu já tirei pelas imagens que eu vi. Ele é frio, ele não se arrependeu. Ele não vale nada”, disse Julianne Maracajá.
“Nao quero vê-lo. Mudei totalmente de ideia depois de ter visto a cena decadente que eu vi”, complementou a jovem falando sobre as imagens da transferência do pai para a Paraíba. Julianne foi a responsável por localizar o pai, que estava foragido, por meio das redes sociais. Depois de três meses de investigação, a universitária descobriu que o homem condenado pela morte de sua mãe levava uma vida tranquila com nova família em Ceilândia, no Distrito Federal, e ainda tinha registrado uma filha com o nome da mulher assassinada.
Em depoimento à polícia, o pedreiro Jurandir Teodósio disse não lembrar de nada. "Eu bebia muito, estava embriagado. Não recordo perfeitamente. Não digo que sim, nem que não, porque não tenho lembrança, já que estava muito embriagado. Graças a Deus sou evangélico há oito anos, não bebo mais e não pratico nenhum vício", alegou o preso.
Ele foi preso em agosto deste ano no Distrito Federal e foi transferido na noite desta terça-feira (18) para o complexo penitenciário de Jacarapé, conhecido como presídio PB1, em João Pessoa.
Julianne ainda disse que só vai concluir que a busca pelo pai valeu a pena quando terminar o julgamento. “Queremos uma sentença sendo imputadas todas as qualificadoras necessárias, que ele merece. Quem sabe o estrago que foi feito é quem vive. Não tem como deixar isso pra lá”, declarou. A sentença que o condenou, em 2009, foi anulada pelo Tribunal do Júri de Campina Grande e ele será submetido a novo julgamento.
De acordo com o secretário de Administração Penitenciária, Wallber Virgolino, a decisão de encaminhar o acusado de matar a esposa para o presídio do PB1, na capital, e não para Campina Grande, foi por uma questão de segurança do apenado.
Rute Patrícia Maracajá foi morta a facadas aos 23 anos, em fevereiro de 1996, em Campina Grande. Condenado em 2009, o foragido se entregou à polícia de Ceilândia após descobrir que tinha sido localizado, no dia 29 de agosto.