Com agenda apertada, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB) participou de evento na quarta-feira (31) com Eike Batista e depois voou para Brasília para uma audiência sobre a distribuição dos royalties de petróleo. Mas não no avião do empresário. Eike anunciou ontem que decidiu não mais emprestar jatos a autoridades, como havia feito para o governador.
"Decidimos não emprestar mais jatos a políticos. Não temos contratos com o governo, ao contrário, gero empregos e recolho os impostos. Mas entendo e respeito a opinião pública. Dessa forma, evitamos dar margem a interpretações equivocadas."
Em junho, Eike admitiu ter emprestado um avião para Cabral ir à Bahia, no dia em que um acidente de helicóptero matou sete pessoas que iam comemorar o aniversário de Fernando Cavendish, dono da Delta Construções.
Questionado sobre como iria a Brasília, Cabral disse que usaria o "avião do governo". Na realidade, o governo não possui aviões, mas freta aviões da Líder Táxi Aéreo.
O evento de quarta-feira serviu para formalizar a doação de R$ 30 milhões ao Estado por Eike para um hospital infantil --até hoje, ele já anunciou doações ao governo que somam R$ 139 milhões.
A campanha de Cabral à reeleição contou com doação de R$ 750 mil do empresário.
Por outro lado, negócios do grupo EBX, de Eike, receberam isenções fiscais do governo. A empresa diz que o valor é pequeno em comparação a investimentos do grupo EBX no Estado.