Em ritmo de produção acelerado, a Volkswagen conseguiu se adaptar rápido às oscilações do mercado ? desencadeadas pela crise que abateu o setor automobilístico no Brasil no quarto trimestre de 2008 - e mantém os 16 lançamenos prometidos para este ano entre novos produtos e versões. Durante a apresentação da linha 2010, na noite desta quinta-feira (28) no Guarujá (SP), o presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, comemorou as vendas de 56 mil unidades previstas em maio, entretanto, alertou para a queda nas vendas a partir de 31 de junho, quando termina o desconto do IPI.
?Acredito no fim da redução de IPI em junho, como foi estabelecido pelo governo. Não acho que o fim do prazo vá causar o efeito obtido em março, quando as pessoas anteciparam as compras com receio de que o governo não adiasse o fim da medida?, observou Schmall, ao ressaltar que o efeito do desconto já perdeu a força.
O presidente da montadora destaca que, como a disponibilidade de crédito está longe dos patamares dos últimos três anos, o mercado brasileiro irá se retrair sem o incentivo. Porém, isso não significa resultados ruins para a montadora: de janeiro a maio deste ano, a Volkswagen cresceu 8,2% em vendas de automóveis e comerciais leves.
Ou seja, o Brasil é o terceiro principal mercado para o grupo, atrás somente da Alemanha e da China. Assim, o market share da Volkswagen subiu para 23,7%. Já a produção registrou expansão de 6,2% no primeiro quadrimestre, para 241.691 unidades. ?Até agora o mercado foi bom. O resultado foi extremamente positivo em relação aos anos anteriores?, reforça Schmall.
Redução de preços
Para manter o ritmo de vendas nos próximos meses, a Volkswagen adotou a estratégia de aliar lançamentos ? antes da apresentação da linha 2010 foram sete novos produtos ? com uma agressiva política de preços. ?Avaliamos o que é necessário no carro, o que traz valor. E selecionamos o que realmente deveria entrar no veículo?, disse Schmall sobre o feito para conseguir a redução de preços da linha 2010.
O executivo afirma também ter boa relação com os fornecedores e que não houve pressão para reduzi custos. Segundo Schmall, eles foram fundamentais para manter a produtividade com a retomada do mercado brasileiro no começo deste ano, estimulado pela redução do IPI.
Fusão
Sobre a fusão do grupo Volkswagen com a Porsche, Thomas Schmall não entra em detalhes, mas afirmou que não importa qual das duas irá comandar o novo grupo. "Tanto faz quem estará liderando, será um grupo só", observa. "Toda essa discussão será resolvida dentro de dois meses", acrescentou. Segundo ele, a fusão não afetará em nada o andamento das operações no Brasil.