O presidente Lula (PT) voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na sexta-feira (26). Durante um evento no Palácio do Planalto para o anúncio de novas obras do PAC, Lula questionou as recentes declarações de Campos Neto sobre a política de valorização do salário mínimo e seu impacto na inflação, colocando em dúvida o "respeito" do presidente do BC pela população brasileira.
preocupação com o aumento salÁRIO MÍNIMO
Lula mencionou uma entrevista de Campos Neto à CNN Brasil em abril, que ganhou destaque nas redes sociais nos últimos dias. Na entrevista, Campos Neto expressou preocupação com o aumento da massa salarial e seu potencial para gerar inflação, especialmente em um cenário de pleno emprego. Lula criticou essa visão, perguntando se a solução para controlar a inflação seria que o povo ganhasse menos.
— Esses dias o presidente do Banco Central deu uma declaração pra imprensa que eu não quis acreditar. O jovem cidadão, bem-sucedido na vida, diz o seguinte: “Esse negócio de aumento do salário mínimo e massa salarial crescendo pode gerar inflação”. Significa que para não ter inflação o povo precisa ganhar um pouco? É preciso? — questionou Lula. Ele ainda ressaltou que ninguém escolhe ganhar salário mínimo e que, dadas as oportunidades, as pessoas podem alcançar grandes conquistas, assim como ele fez.
— Será que essa pessoa não tem respeito? Será que as pessoas pensam que alguém ganha salário mínimo, quer ganhar salário mínimo? Será que você pensa que o Brasil é pobre porque quer ser pobre? Não. Dê oportunidade ao pobre que ele vai fazer como fez esse pernambucano aqui, virar presidente da República — disse o presidente.
criação de um "Pé de Meia estadual"
Além das críticas, Lula também propôs ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a criação de um "Pé de Meia estadual" durante a renegociação das dívidas dos estados, como forma de ampliar o número de alunos beneficiados por programas do governo. Apesar de criticar Campos Neto com frequência, Lula tem moderado a intensidade de suas críticas nas últimas semanas. A recente declaração ocorre a menos de uma semana da reunião do Copom, que decidirá sobre a Selic, atualmente em 10,5%.
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