A redução da cobrança do Cofins já força o mercado brasileiro de motocicletas a reagir. Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), as vendas de motos no Brasil subiram 36% no segundo trimestre de 2009, em comparação com os três primeiros meses do ano: de 309.630 unidades para 422.338 unidades.
Já as exportações continuam abaladas. No acumulado do semestre, as vendas para o mercado externo apresentaram queda de 50%, em comparação com os seis primeiros meses de 2008 ? de 57.467 unidades para 28.539. No comparativo mês a mês, as exportações tiveram pequeno aumento em junho: 3,7% a mais do que em maio.
Na soma das exportações com as vendas internas, o setor mostra crescimento de 7% no segundo trimestre em relação ao período entre janeiro e março deste ano. No acumulado de janeiro a junho, o volume comercializado chega a 731.968 unidades.
Devido aos altos estoques das fabricantes por causa da queda das vendas em função da crise, a produção caiu 38% no primeiro semestre, em comparação com o mesmo período de 2008, para 200 mil unidades fabricadas por mês. Entretanto, ao ser considerado apenas a produção de maio de 2009, os números mostram melhora do ritmo produtivo: apenas 3,4% a menos do que em junho.
Segundo o presidente da Abraciclo, Paulo Shuiti Takeuchi, no segundo semestre deste ano, as vendas devem ser 20% superiores às registradas nos primeiros seis meses do ano, porém na projeção anual estima-se que as vendas devam ser 10% menores do que as de 2008.
A recuperação projetada pelo presidente para o segundo semestre tem como base o aquecimento do mercado previsto para o período e medidas negociadas com o governo, como a prorrogação da Cofins e a isenção da taxa Suframa.
Outra medida já anunciada é a linha de crédito de R$100 milhões oferecida pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), exclusiva para financiamento de motos por meio da Caixa Econômica Federal. Com a verba, que deve estar disponível para o público a partir de agosto, o consumidor poderá ter maior facilidade na aprovação de crédito, além de 100% do valor do veículo financiado.
?Os motofretistas poderão comprar sem entrada. A procura pela aquisição de motocicletas continuou intensa durante todo esse período. O que afetaram as vendas foram as exigências para a aprovação de crédito e a necessidade de uma parte do valor de entrada, dificuldades oriundas da crise?, afirma Paulo Takeuchi.