As previsões para 2010 são otimistas. A indústria automobilística espera um crescimento nas vendas de 10% neste novo ano. Com o retorno progressivo do crédito, o carro usado também voltou a ter encantos para o consumidor. Aos poucos o setor, que sofreu bastante com a crise econômica, vai se recuperando.
Aos 24 anos, o operador de usinagem Thiago Alves de Oliveira finalmente conseguiu comprar o primeiro carro, um modelo 2003, que vai ser pago em 60 parcelas, sem entrada: “Estava pesquisando até que achei um do jeito que eu queria”. É o renascimento do setor de veículos usados, que praticamente parou durante a crise econômica. Enquanto os veículos zero quilômetro recebiam incentivos, como redução de impostos, os de segunda mão perderam competitividade e as vendas despencaram.
A recuperação demorou mais de um ano para recomeçar e segue na velocidade da volta do crédito. “Digo que foi a facilidade que os bancos nos deram, de financiamento, voltando a fazer em 60 meses, financiando praticamente sem entrada”, comenta o gerente de vendas Arlindo Vallandro.
Nos primeiros 15 dias de dezembro de 2009, foram vendidos no país quase 462 mil veículos usados, um aumento de 15% em relação ao mesmo período de 2008. No comparativo com novembro, o crescimento foi de 1,74%. “Os bancos não colocavam recursos para financiar veículos usados. Com a normalização da situação da economia, o Brasil passou pela prova, o mercado voltou a se normalizar e termina o ano crescendo”, diz o presidente da Fenabrave Sérgio Reze.
A recuperação do setor também pode ser medida pelo aumento da rotatividade nas lojas. Em uma, por exemplo, um carro chegava a ficar 40 dias no pátio, na época da crise. Hoje, esse tempo caiu para 11 dias. “O mercado de usado se recuperou. O preço, tudo que havíamos perdido, recuperamos. Acredito que vamos crescer em torno de 20% no primeiro semestre, nos levando aos melhores tempos de usado”, calcula o gerente Marcelo Gusmão.
Quem vai comprar carro, seja usado, seja novo, e vai financiar parte do valor, deve tentar fazer o menor número possível de parcelas. Financiamentos em mais de três anos costumam trazer prejuízos para o comprador, porque o carro se desvaloriza e o motorista ainda tem que pagar a prestação e a manutenção do automóvel.