O preço do álcool continua subindo em todo o país e deixou de ser competitivo em 18 Estados brasileiros na primeira quinzena de novembro. O número quase dobrou desde o fim de outubro, quando eram dez Estados, segundo levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
Já não é vantajoso abastecer com álcool em Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina e Sergipe.
O preço do álcool vem subindo em função da maior demanda por açúcar no mercado internacional, por problemas de produção na Índia. Para suprir essa falta no mercado, as exportações do produto cresceram consideravelmente, fazendo com que as usinas de cana-de-açúcar ampliassem a produção de açúcar, em detrimento ao álcool. A ocorrência de chuvas no Centro-Sul do país também contribuiu para a alta, ao afetar a produtividade das lavouras.
Cálculos de especialistas, baseados no poder calorífico dos combustíveis, apontam que o álcool é competitivo até chegar a 70% do preço da gasolina. Para fazer a conta, divida o preço do álcool pelo da gasolina. Se o resultado ficar acima de 0,70, o álcool deixa de ser vantajoso.
No último dia 14, o preço do litro do álcool estava em R$ 1,687, cerca de 2% acima do preço em que fechou outubro (R$ 1,654). Apenas no mês passado, o preço do combustível subiu 10% em comparação com setembro, quando era encontrado, na média, por R$ 1,475.
Na média Brasil, se confrontado com a gasolina, cujo preço médio foi de R$ 2,535, o álcool ainda é vantajoso: custa o equivalente a 66,54% do combustível derivado do petróleo.
Porém, se for avaliado por Estado, o uso do álcool não é satisfatório, em termos de economicidade, em 17 das 27 unidades federativas, além de no Distrito Federal.
Em São Paulo, principal mercado consumidor do país, o litro do álcool custava, em média, R$ 1,559 no dia 14 de novembro, 3,65% mais caro do que a média de R$ 1,504 observada no final de outubro nos postos paulistas.
No Rio Grande do Sul, o álcool representava, em 14 de novembro, 78% do preço da gasolina, ante 75% no mês passado.
Já em Santa Catarina, era encontrado por R$ 1,917, segundo o levantamento, o que indica incremento de 2,5% ante o fechamento de outubro. Assim como no Rio Grande do Sul, abastecer com gasolina compensa no Estado catarinense. Por lá, o preço do litro do álcool representa 73% do da gasolina.
Abastecer com gasolina rende mais ao consumidor em Roraima, onde o custo do litro do álcool equivale a 79% do preço da gasolina.
Pelos dados da ANP, é desvantajoso também abastecer no Pará (78% do preço da gasolina), Amapá (80%), Espírito Santo (75%), Amazonas (71%), Piauí (75%), Acre (72%), Minas Gerais (72%).
No Sergipe, o preço, que em outubro havia ficado no limite da diferença entre os dois combustíveis, tornou a gasolina mais vantajosa, com o preço do álcool em 71% do combustível. Este é o caso também do Rio Grande do Norte (71%) e da Paraíba (71%).
Além de São Paulo, o álcool revelou-se mais vantajoso também nos Estados de Alagoas (70%), Goiás (62%), Mato Grosso (51%), Mato Grosso do Sul (70%), Paraná (67%), Pernambuco (68%), Rondônia (70%) e Tocantins (65%).