A lista de material escolar se soma a uma série de contas extraordinárias e impostos como o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) no início do ano. Por isso, é importante tomar alguns cuidados para evitar gastos desnecessários que podem gerar uma bola de neve de dívidas.
A primeira medida para quem não quer tirar muito no bolso é levantar o que há de material escolar restante do ano anterior, ou mesmo aquele usado por amigos e parentes e que podem ser reutilizados, explica o presidente da Dsop Educação Financeira, Reinaldo Domingues. Por isso, faça algumas ligações e evite comprar livros que ficarão na estante de alguém.
"Não tenha medo de reciclar materiais. Quatro cadernos usados pela metade podem ter suas páginas em branco espiraladas para formar um novo. É bom para o bolso e para o meio ambiente", afirma Domingues.
Duas outras atitudes que podem poupar o seu bolso são verificar com a escola o que realmente será usado no primeiro semestre - para enxugar a lista neste início de ano quando tudo está mais caro - e buscar um grupo de pessoas que precise adquirir os mesmos itens para tentar comprar no atacado, conforme aconselha Domingues.
"Se você conhece os pais dos colegas de seus filhos, veja se não há interesse de fazer a compra conjunta. Isso pode render uma economia de 10%", diz o economista.
A internet também não deve ser esquecida como ferramenta para pesquisa de preços, lembra o gerente comercial da rede de papelaria Kalunga, Hoslei Pimenta. "Nós relançamos nossa pagina na internet, na qual é possível consultar preços e até o estoque disponível em cada uma das lojas", explica.
Este ano é possível, inclusive, comprar o material escolar sem sair de casa, enfrentar o trânsito, pagar estacionamento e ter de carregar uma criança cheia de vontades que podem atrapalhar planos de reduzir gastos. Diversas lojas oferecem este serviço e o custo de frete pode ser reduzido, a depender do valor da compra. Vale a pena avaliar, afirma Domingues.
E, quanto antes for dado início à pesquisa, melhor, de acordo com o diretor da fabricante de papéis Internacional Paper. Quando a loja for escolhida, é importante estar preparado para pedir um desconto à vista, lembra o consultor financeiro e especialista em finanças pessoais, Raphael Cordeiro.
Para quem não conseguiu poupar o valor total para o pagamento já no momento da compra, Cordeiro recomenda o parcelamento no cartão de crédito e, para quem não o possui, o cheque pré-datado. "Só não pode atrasar o pagamento da fatura do cartão ou juros estratosféricos incidirão sobre o valor", complementa.
Por último, é recomendável deixar a criança em casa para evitar estimular o desejo pelos produtos licenciados, estampados pelos personagens preferidos dos pequenos, pois custam mais caro, por conta dos royalties embutidos no preço.
Se isso não for possível, o ideal é uma conversa franca sobre o valor de cada item e o que a economia de cada real pode significar para os projetos da família. "Esse tipo de diálogo é importante para a educação financeira da criança e para evitar gastos desnecessários", conclui Domingues.