Quem padece de falta de tempo ? ou de organização ? e ainda não providenciou as compras de Natal, deve evitar que a correria desta reta final sirva como álibi para cometer erros que vão comprometer o orçamento do próximo ano.
Dicas
1 - Pesquise preços
2 - Defina previamente o que comprar e quanto gastar
3 - Compare qualidade e segurança dos produtos pesquisados
4 - Prefira pagar à vista
5 - Desconfie de ofertas excessivamente vantajosas
Pesquisar preços e ter um planejamento orçamentário são regras fundamentais, mesmo diante do pouco tempo. ?A gente sabe que tem uma correria, que existe a renda adicional do 13º salário, mas é importante que o consumidor se planeje e defina limite de gastos?, diz Fátima Lemos, assessora técnica da Fundação Procon-SP.
Ao estabelecer quanto pretende gastar, o consumidor não deve se limitar aos presentes. Nesta conta entram ainda os gastos pessoais, como roupa ou acessórios para as festas de fim de ano; itens da ceia de Natal; viagem de férias; além das contas do início do ano, como matrícula de escola, material escolar e impostos como IPVA e IPTU.
Os economistas da Serasa Experian reforçam que no primeiro trimestre há uma pressão maior na renda das famílias e, como consequência, pode ocorrer um descontrole no orçamento que leva ao aumento da inadimplência.
?Se a pessoa conseguir estabelecer limite para esse grupo de gastos, ela não precisa se privar dos seus prazeres. Muitas vezes, o impacto de uma pequena lembrança é tão gostoso de receber que não precisa ter gasto excessivo para isso?, argumenta Fátima.
A sugestão do Procon é que a pessoa vá às compras já sabendo o que pretende comprar e quanto vai gastar com cada item. ?Não precisa ser uma coisa engessada, mas é bastante importante definir parâmetro de preços. (...) Quando o consumidor sai a esmo fica mais suscetível a uma oferta que, no momento, parece vantajosa, mas que pode não ser?, comenta Fátima.
Pesquisar
Além de comparar preços, o consumidor também deve ficar atento à qualidade do produto e à segurança, orienta a entidade. Para isso, um bom indicador é checar se o item tem selo de segurança dos órgãos certificadores.
?Se for comprar um aparelho de telefonia, o consumidor deve ver se tem homologação da Anatel; se for viajar, checar se a agência está registrada no site da Embratur; quando for adquirir cosméticos, ver se estão registrados na Anvisa; conferir se o brinquedo é adequado para a faixa etária em questão e se tem selo do Inmetro, por exemplo?, diz a assessora técnica do Procon-SP.
Pagamento
Na hora do pagamento, a entidade sugere que o consumidor opte pelo pagamento à vista, evitando financiamentos. Caso seja preciso parcelar, é preciso estar atento às taxas de juros cobradas e ao chamado custo efetivo total (CET) da transação.
"O consumidor deve evitar parcelamentos longos, pois essas dívidas envolvem incertezas para o futuro e o risco de perder o controle no longo prazo é maior", orienta a Serasa Experian.
Vale lembrar que as lojas não são obrigadas a aceitar todas as formas de pagamento, como cartão (de crédito ou débito) e cheque. Mas se o estabelecimento aceita estes tipos de pagamento, não pode impor condições, como gasto mínimo ou preço diferente para pagamento no cartão, ou tempo de existência da conta, para cheques.
A troca do produto só é obrigatória em caso de defeito, mas as lojas costumam oferecer esta possibilidade. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, em caso de defeito no produto, a troca pode ocorrer num prazo de 30 dias, para bens não duráveis, até 90 dias, para bens duráveis.
?Se quiser garantir que a pessoa que foi presenteada possa trocar o presente, o ideal é que o consumidor já combine na hora da compra. Peça para o estabelecimento colocar uma etiqueta de troca no produto, ou deixar a informação por escrito?, orienta Fátima.
?Se a pessoa conseguir estabelecer limite para esse grupo de gastos, ela não precisa se privar dos seus prazeres", Fátima Lemos, do Procon-SP.
Compras pela internet
No caso de compras pela internet, além de checar preço e qualidade do produto, o consumidor deve pesquisar também a referência do fornecedor. ?A pessoa está comprando de um estabelecimento virtual (...). Há uma vulnerabilidade do consumidor em relação à informação, ao contato com o produto, à referência das empresas?, destaca Fátima.
Por isso, antes de comprar, é bom verificar se o site conta com um canal de atendimento, de pós-venda, se é possível identificar quem está por trás da loja virtual, além de olhar os mecanismos básicos de segurança.
?Sempre olhar se o site tem o ?cadeado?, se o endereço começa com ?https?, que é mais difícil de ter dados pessoais expostos, além de evitar fazer transações em computadores usados em locais públicos, como lan houses?, afirma Fátima.
Também é fundamental imprimir e salvar todos os documentos que demonstrem a compra e a confirmação do pedido. Embora a pesquisa de preço normalmente encontre bastante variação, o consumidor deve desconfiar de ofertas muito vantajosas.
?Temos hoje um consumidor que está mais atento, reclamando mais, exigindo mais qualidade, mas a gente ainda vê muita falha básica de informação. É um processo de educação de todos os lados que ainda está ocorrendo?, conclui Fátima.