As compras de alimentos no atacado estão cada vez mais sendo uma boa opção para quem deseja economizar. Os consumidores são atraídos pelos custos mais acessíveis dos produtos.
Isso acontece por causa do Canal Indireto da Indústria, o que permite o setor atacadista comercializar produtos que abastecem “mercadinhos”, uma vez que estes não têm volume para comprar diretamente da indústria fornecedora.
No entanto, a prática não se restringe apenas aos pequenos comércios, os estabelecimentos da área vêm ampliando as vendas para muitas famílias que também preferem comprar pelo sistema do atacado. “Economizamos mais de R$ 200 no atacado”, afirma a costureira Teresa de Jesus Damasceno. Ela, junto com a família, forma um grupo que vai às compras a cada dois meses.
O negócio funciona sempre uma semana antes. Cada membro do grupo, no total de dez pessoas, faz uma lista dos produtos que deseja. Em seguida, todos repassam para o irmão de Teresa, o churrasqueiro Claudemir Damasceno, responsável por organizar a lista num programa de computador, além de calcular quantos itens serão para cada pessoa, pois na maioria dos atacados, a venda é somente com caixa completa.
Quando chega o dia da compra, três pessoas do grupo vão ao atacado de sua preferência, já que é necessário ajuda por conta da quantidade de produtos.
A “maratona” dura uma manhã inteira, e durante o período da tarde o grupo separa as mercadorias. “No valor final da compra é adicionado o preço do frete, que é contratado para levar as mercadorias até minha casa, depois cada um leva até sua residência. É cansativo, mas vale a pena”, conta a costureira.
Além da família de Teresa, muitas outras trocaram as compras no varejo por atacado. Isso é comprovado no último Ranking divulgado pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad). De acordo com os dados, o setor de atacado cresceu 7,3% no ano de 2014, isto é, 0,9 ponto percentual acima da inflação e do crescimento de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB).
Além disso, o faturamento foi de R$ 211,8 bilhões, tendo a presença de 42% do faturamento do setor em todo o Brasil O Ranking também confirmou que o Nordeste corresponde a 28% do faturamento do setor de atacado, perdendo apenas para o Sudeste (44%). Dos 527 pequenos e médios supermercados da pesquisa, 204 são empresas nordestinas (39% do total), com destaque para 47 empresas no Piauí.
A maioria dos estabelecimentos pesquisados são lojas tradicionais, que atraem os consumidores através de produtos de limpeza e alimento. Muitos contam com franquias dentro do estabelecimento, que não concorrem entre si, ao contrário, fortalecem o crescimento do setor.