Quando a Bolsa de Valores brasileira vai sair do atoleiro? Após três anos de desempenho frustrante e um tombo de 5,8% somente no início deste ano (até o fim de fevereiro), a pergunta está na cabeça de qualquer investidor.
Analistas apontaram motivos de otimismo cauteloso neste ano. Há expectativas de que, a partir deste mês, a Bolsa de Valores comece a mostrar uma lenta recuperação. Mas 2013 também possui sua cota de riscos que podem fazer a Bolsa perder ainda mais.
As dúvidas sobre a recuperação da economia mundial já afetam a Bolsa brasileira desde o ano passado, pelo menos. O que vem derrubando o índice mais recentemente são as incertezas da economia doméstica.
As medidas do governo para estimular o crescimento e domar a inflação, agindo sobre a taxa de juros e a taxa de câmbio, tiveram por consequência aumentar a insegurança dos investidores em relação aos rumos da economia nacional, e indiretamente, à Bolsa brasileira.
Sem a confiança em uma trajetória mais previsível da economia brasileira, analistas avaliam que dificilmente a Bolsa doméstica pode recuperar terreno e emparelhar com as demais Bolsas de Valores (principalmente Nova York), como visto nos últimos anos.
PESQUISE ANTES, INVISTA DEPOIS. Para reduzir o risco de perdas, o investidor precisa aprender mais sobre o mercado de ações. Se quer comprar uma ação e esperar os ganhos, especialistas recomendam noções de análise fundamentalista (que examina os números da empresa para avaliar o potencial do negócio); se quer comprar e vender todo dia, é importante estudar análise técnica (que examina gráficos para antecipar tendências).
PRESTE ATENÇÃO NOS CUSTOS. Há três tipos de custos da Bolsa que todo o investidor deve conhecer: as taxas de custódia e corretagem, que variam bastante de corretora para corretora, os custos fixos, cobrados pela própria Bolsa, e os impostos (o ISS e o IR, mas somente para negociações mensais acima de R$ 20 mil). Dependendo dos custos, aplicações de valores muito baixos podem não compensar, porque o rendimento teria de ser muito alto para compensar os gastos.
CONHEÇA SEU PERFIL DE INVESTIDOR. Desconfie dos testes usados para definir o tipo de investidor. É difícil medir, de verdade, qual o nível de tolerância de uma pessoa a perdas em seus investimentos. Se o investidor nunca aplicou em nada diferente de poupança, CDBs ou fundos DIs, o vaivém de preços das ações (e do índice Ibovespa) pode assustar. E hoje, esperar a Bolsa voltar a subir também pode ser um teste de paciência para poucos.
COMECE AOS POUCOS. "O investidor tem que fazer compras periódicas, de ações diferentes, buscando uma carteira diversificada. Assim, faz sentido uma estratégia de longo prazo", diz o analista Igor Graminhani, da WinTrade (home broker da Alpes Corretora). Listas de ações sugeridas por corretoras sempre apresentam papéis de diferentes setores da economia.