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UnionPay: Saiba qual a estratégia da gigante chinesa pra desbancar Visa e Mastercard no Brasil

Maior operadora de cartões do mundo aposta em tecnologia, inclusão social e integração com o Pix para conquistar mercado nacional.

UnionPay quer expandir sua atuação em território brasileiro. | Foto: Pixabay
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A UnionPay, líder global em volume de transações com cartões, se prepara para estrear oficialmente no Brasil em 2025, em uma ofensiva que pode transformar o equilíbrio de forças no setor de meios de pagamento. A movimentação da gigante chinesa representa um desafio direto ao histórico domínio das norte-americanas Visa e Mastercard.

Parceria com fintech brasileira e foco no impacto social

A chegada da UnionPay ao país será viabilizada por meio de uma colaboração com a fintech Left (Liberdade Econômica em Fintech), que ficará encarregada de toda a integração com o sistema financeiro local — desde maquininhas de pagamento e bancos até redes de crédito.

Um dos diferenciais da operação no Brasil será o modelo de impacto social: parte das taxas de transação poderá ser redirecionada para causas sociais escolhidas pelos próprios usuários, com transparência total nos relatórios. A iniciativa é inédita entre as grandes bandeiras de cartões no país e sinaliza uma abordagem inovadora, voltada para a responsabilidade social.

Crédito e integração com Pix ainda em 2025

A UnionPay chega com planos ambiciosos. Até o final de 2025, pretende já oferecer função crédito ativa no Brasil e, além disso, implementar integração com o Pix, o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central. O objetivo é alinhar-se às tendências locais e facilitar a adoção da nova bandeira por consumidores e comerciantes.

Com 40% das transações globais, chinesa pressiona líderes tradicionais

Com atuação em 180 países, mais de 55 milhões de estabelecimentos credenciados e 150 milhões de cartões emitidos fora da China, a UnionPay não é novata no cenário internacional. Em 2024, a bandeira respondeu por cerca de 40% de todas as transações com cartões no mundo, índice que pressiona diretamente as líderes Visa e Mastercard, que somam os outros 60%.

Além do aspecto comercial, a entrada da UnionPay no Brasil carrega uma carga geopolítica. A empresa utiliza o sistema CIPS (Sistema de Pagamentos Interbancários Transfronteiriços), uma alternativa ao tradicional SWIFT, o que reforça os esforços da China em reduzir a dependência do dólar e dos sistemas ocidentais. A presença no Brasil, nesse contexto, faz parte de uma estratégia maior de expansão pelo Sul Global.

Infraestrutura em expansão e aposta no varejo nacional

Na primeira fase de implantação, a meta da UnionPay é atingir 70% de cobertura em estabelecimentos comerciais brasileiros, com apoio de parceiros como Stone e Saque e Pague. Supermercados, restaurantes, lojas e prestadores de serviço já estão no radar da operadora. Mais de 1.500 caixas eletrônicos estão sendo adaptados para aceitar os cartões da nova bandeira.

A fintech Left, parceira da UnionPay, está desenvolvendo uma plataforma digital para que os usuários possam selecionar, em tempo real, quais projetos sociais receberão parte das taxas de transação. A iniciativa busca transformar a experiência de consumo em uma ação de impacto positivo.

Disputa acirrada com as líderes do mercado

Característica

UnionPay

Visa / Mastercard

Origem

China

Estados Unidos

Participação Global (2024)

40%

60% (combinado)

Sistema de Pagamento

CIPS

SWIFT

Modelo de Impacto Social

Sim (via Left)

Não

Integração com Pix

Prevista em 2025

Já disponível

Brasil é peça-chave na expansão pelas Américas

A presença da UnionPay vem crescendo em ritmo acelerado no continente americano. A bandeira já atua em países como Panamá, Equador, Suriname, Dominica e Porto Rico, com cartões emitidos localmente. A entrada no Brasil — segunda maior economia do continente e com ampla base de consumidores — é estratégica para consolidar a marca na região.

Hoje, a UnionPay está presente em 93 países com pagamentos móveis habilitados e continua ampliando sua rede global de aceitação, com milhões de comerciantes já utilizando a tecnologia. 

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