Preço do tomate cai e inflação dos alimentos é a menor em 1 ano

Variação em maio foi de 0,31% contra 0,96% em abril. Após alta de 7,39% em abril, preço do tomate caiu 10,31% no mês passado.

Tomates | Reprodução / Internet
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Os alimentos foram os principais responsáveis pela desaceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 0,55% em abril para 0,37% em maio. Segundo os dados do IBGE, a alta de preços do grupo perdeu força na passagem do quarto para o quinto mês do ano, passando de 0,96% para 0,31%.

A alta dos alimentos em maio é a menor desde março de 2012 quando foi 0,25%, segundo informou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora da Coordenação de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (7).

?A razoável, mas importante, desaceleração do IPCA, de 0,55% para 0,37% em maio, teve como principal causa o recuo dos alimentos, que vinham desenhando um cenário de alta?, disse.

Segundo Eulina, o ritmo menor na alta dos preços dos alimentos se deve principalmente à safra que está entrando no mercado, com uma previsão de ser uma safra recorde de quase 186 milhões de toneladas.

?Também os problemas que vinham sendo causados no escoamento da safra estão sendo debelados e não há dúvida de que a desoneração da cesta básica ajudou. Por exemplo, o óleo de soja está na lista dos desonerados, e soja, milho e arroz concentram 92% da produção agrícola do país?, explicou.

O tomate, que foi o grande vilão da inflação por meses, voltou à mesa dos brasileiros, com preços bem mais baixos: após uma alta de 7,39% em abril, registrou recuo de 10,31% no mês passado.

?O tomate teve a normalização da oferta. Como o preço subiu muito e o ciclo de plantio é curto, os produtores se animaram a plantar mais. Com isso, a oferta aumenta e preço tende a cair?, informou.

Apesar do ritmo menos intenso dos preços, a inflação dos alimentos no ano já acumula uma taxa de 5,98% e em 12 meses soma 13,5%.

Eulina disse que ainda não pode falar em tendência de queda porque a metodologia da pesquisa do IPCA precisa do resultado de pelo menos mais dois meses para consolidar um cenário.

?O que os dados mostram em maio é a brusca mudança de movimento de alta, com a perspectiva de safra grande que está sendo colhida agora?, disse.

Mas alguns produtos ainda registraram alta, como os feijões, resultado da seca que afeta as lavouras do Nordeste, e toda a cadeia de alimentos derivados do leite, que está na entressafra.

Outras quedas

Além do grupo dos alimentos, ajudou a desacelerar a inflação o grupo de transportes, com quedas no preço do etanol, devido à safra de cana de açúcar entrando no mercado com benefícios para os produtores; da gasolina, que em abril passou a ter um percentual maior de etanol em sua composição; das passagens aéreas, com promoções das companhias; e do carro novo, por conta da prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), explicou a coordenadora do IBGE.

Outras quedas importantes, que diferenciaram maio em relação a meses anteriores, foram as despesas pessoais. Os custos de empregada doméstica, cabeleireiro e manicure, que vinham em alta, caíram em maio. Segundo Eulina, não há ainda se pode afirmar que haja influência da PEC das Domésticas, em relação às empregadas, ou uma retração do consumo, com referência a cabeleireiros e manicures, uma vez que é a primeira vez em meses que esses serviços mostram queda.

"É prematuro concluir com o cenário de apenas um mês. Temos que ter mais dois ou três meses para ter uma conclusão?, disse.

A coordenadora adiantou alguns impactos esperados no IPCA de junho: reajuste nas passagens de ônibus no Rio, de 7,27% a partir de 1 de junho; aumento de 6,75% nas passagens de ônibus, metrô e trens em São Paulo a partir de 2 de junho; e reajuste nas passagens de ônibus de 11% em Goiânia a partir de 11 de maio. Tarifas de água e esgoto em Belo Horizonte, com reajuste de 5,25% a partir 13 de maio, e de 8,51% em Fortaleza a partir de 16 de junho também influenciarão o IPCA de junho.

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