Em uma de suas matérias, a jornalista Tatiana Iwai discute sobre a importância dos líderes serem capazes de adaptar suas preferências e comportamentos, buscando diversas experiências. Todos possuem inclinações comportamentais diferentes. Alguns preferem estar envolvidos na execução direta das tarefas, enquanto outros focam em direcionar uma visão de futuro mais ampla, sem se preocupar com os detalhes táticos da implementação.
Entretanto, agir de acordo com essas preferências o tempo todo pode ser problemático por duas razões. Primeiramente, a efetividade da liderança não depende apenas das preferências pessoais do líder ou de suas habilidades individuais, mas da sua capacidade de adaptar sua resposta de acordo com as demandas das circunstâncias.
Além disso, a capacidade de progredir na carreira também depende da versatilidade. À medida que se avança na hierarquia corporativa, as expectativas, prioridades e competências para exercer o papel de líder mudam. O que pode ter sido uma qualidade em uma posição anterior pode se tornar uma limitação em uma nova posição.
A boa notícia é que a versatilidade é uma competência que pode ser desenvolvida. Diferentemente dos estilos de liderança, que são em parte determinados pela personalidade, a versatilidade pode ser construída. Líderes versáteis costumam ter trajetórias marcadas por uma ampla variedade de experiências, atuando em diferentes posições e áreas, em diversas organizações e até mesmo em empresas distintas.
Para facilitar esse processo, é essencial ter autoconsciência, reconhecendo as próprias inclinações comportamentais e compreendendo que elas podem ser forças, mas também limitações. É preciso compensar essas inclinações e ser capaz de agir além dos estilos preferenciais, quando necessário. Além disso, é importante ser intencional na construção da trajetória profissional, buscando proativamente experiências diversas e se expondo a novas situações para ampliar o repertório.
Embora sair dos modos habituais de agir possa ser desconfortável, é importante lembrar que qualquer processo de aprendizado começa com comportamentos não-naturais, nos quais nos sentimos superficiais e pouco autênticos. No entanto, à medida que se persiste, esses comportamentos se tornam mais naturais e se integram ao repertório.