O crescimento da classe C observado nos últimos anos no Brasil se mantém firme nos primeiros meses de 2011. Estudo da FGV (Fundação Getulio Vargas) mostra que 3,7 milhões de pessoas entraram nesse grupo -cuja renda domiciliar vai de R$ 1.200 a R$ 5.174- entre maio de 2010 e maio deste ano.
Esse crescimento ocorreu devido à saída de 1,8 milhão de brasileiros das classes D e E (renda de até R$ 1.200) e à queda de 3,4 milhões de pessoas das classes A e B (renda acima de R$ 5.174).
O economista Marcelo Neri, autor do estudo, diz que a população da faixa de maior renda varia mais e havia crescido muito no ano anterior, o que poderia explicar a redução nos últimos 12 meses.
Ele não considera que a contração recente das classes A e B indique um reversão da melhora de renda no país.
Neri observa que nem mesmo o aumento da inflação está afetando a redução da pobreza e prevê que o processo continuará firme ao longo do ano devido ao mercado de trabalho aquecido.
"Como é uma inflação de salário, o salário está indo na frente e o trabalhador não sentiu ainda", disse.
A pesquisa aponta ainda que o crescimento econômico tem beneficiado mais a população no Brasil do que em outros países. Enquanto a desigualdade caiu aqui, ela tem crescido nos demais Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul).