A crise global aumentou a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho, apontou o relatório Tendências Mundiais de Emprego das Mulheres da Organização Internacional do Trabalho (OIT). De 2002 a 2007, a taxa de desemprego feminina era de 5,8% e a masculina situava-se em 5,3%. Ao destruir 13 milhões de empregos das mulheres, a crise ampliou ainda mais a distância de gênero no mundo. Enquanto a taxa de desocupação das mulheres subiu para 6,4% em 2011, a dos homens avançou para 5,7%. A OIT não projeta redução dessa distância até 2017.
Vários fatores, segundo a OIT, explicam esse hiato no mercado de trabalho: a maior incidência de contratos temporários com as mulheres, diferenças de desempenho educacional e preconceito. A OIT também cita o fato de que as mulheres são mais propensas a sair e retornar do mundo do trabalho em função da família. Essas interrupções na carreira, contudo, resultam em longos períodos desemprego.
? Embora as mulheres contribuam para a economia e a produtividade em todo o mundo, continuam enfrentando muitos obstáculos que lhes impedem realizar seu pleno potencial econômico. Isto não somente inibe as mulheres, mas também representa um freio ao rendimento econômico e ao crescimento ? declarou Michelle Bachelet, Diretora Executiva da ONU Mulheres, que contribuiu com o relatório.
?Garantir a igualdade de oportunidades para mulheres e homens não é somente uma medida justa, é também uma estratégia econômica rentável ? disse.
Outros indicadores mostram a lacuna existente homens e mulheres no mercado de trabalho. Dados da OIT apontam que, em 2012, 77,1% dos homens em idade ativa trabalhavam. No caso das mulheres, essa taxa é de 51,1%. De acordo com o relatório, a força de trabalho feminina foi estimada em 1,3 bilhão em 2012 - 39,9% do total de 3,3 bilhões.
? As políticas destinadas a reduzir as disparidades de gênero podem melhorar significativamente o crescimento econômico e os níveis de vida. Nos países em desenvolvimento podem contribuir de maneira considerável com a redução da pobreza ? afirmou José Manuel Salazar-Xirinachs, diretor Executivo para Emprego da OIT.