O presidente do Sindicato dos Revendedores de Derivados do Petróleo em Teresina, Robert Athayde Morais Mendes, desmentiu que esteja havendo cobranças abusivas quanto ao preço do combustível depois da crise de abastecimento que a capital viveu há poucos dias, por conta de problemas na linha férrea entre Teresina e São Luís.
Robert foi enfático e mostrou ao Jornal Meio Norte uma tabela do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), relativa aos preços médios ponderados ao consumidor final, com dados de todo o Brasil, referentes aos diversos tipos de combustíveis. Segundo ele, é essa tabela que vem balizando a postura dos donos de postos na cidade quanto à definição do preço dos combustíveis. A versão mostrada pelo dirigente do sindicato determina os preços válidos a partir de amanhã, 16 de novembro.
Nos dados, a média ponderada definida para o Piauí aparece como a terceira gasolina mais barata, perdendo apenas para os estados do Rio Grande do Norte (R$ 2,6550) e Paraíba (R$ 2,6642). O Piauí aparece com uma média de R$ 2,6896. Estados vizinhos como o Maranhão e o Ceará possuem valores mais altos que a média piauiense (R$ 2,8020 e 2,7571, respectivamente).
O JMN checou o preço dos combustíveis em diversos postos da Avenida Miguel Rosa Sul e na Av. Frei Serafim. Ao longo da Miguel Rosa, foram percebidos valores como R$ 2,61 e 2,65 para a gasolina comum, e apenas um posto cobrava R$ 2,69 na referida avenida (parte sul). Já na Frei Serafim, um posto cobrava R$ 2,68 e outro cobrou R$ 2,59.
?Ou seja, estamos seguindo, sim, a tabela de médias de preço do governo ? que leva em consideração os impostos que precisamos pagar. E estamos, em vários casos, cobrando até mesmo abaixo dessa mesma tabela. E isso com todos os problemas que estamos enfrentando no que diz respeito ao abastecimento, que está sendo feito também através do transporte rodoviário, o que acaba por encarecer os combustíveis?, disse Athayde.
O presidente do sindicato afirma que, inclusive, chegou a comprar mais um caminhão para assegurar o abastecimento de combustível nos postos de sua propriedade. ?E é isso que os proprietários estão fazendo: precavendo-se. Porque atualmente nossa situação é essa. O problema do abastecimento está superado porque estamos usando os serviços do transporte rodoviário, mas todos estão buscando se prevenir?.
Apesar disso, Robert afirmou não acreditar que novos problemas de falta de combustível em Teresina voltem a ocorrer nos próximos dias, especialmente no final do ano. Mas fez um alerta: ?É preciso melhorar o abastecimento de uma forma geral na cidade, porque a demanda vem crescendo muito. São três mil carros novos todo mês?, argumentou ele. A capital possui, segundo o presidente do sindicato, 165 postos de combustível.