O apresentador Silvio Santos não estava disposto a vender o controle do Banco PanAmericano ao BTG Pactual, segundo fontes citadas na edição desta quarta-feira do jornal O Estado de S. Paulo. Silvio só teria aceitado a proposta depois de ter recebido um telefonema do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, na tarde da véspera, quando o contrato foi fechado.
Segundo a publicação, o apresentador não estava satisfeito com as condições da operação, e chegou a afirmar que, caso o BTG não oferecesse mais vantagens, seria melhor que o PanAmericano fosse liquidado. De acordo com a Folha de S.Paulo, o banco precisaria captar cerca de R$ 8 bilhões para se tornar competitivo novamente, e a estimativa do rombo estaria em R$ 3,8 bilhões.
Entenda
O PanAmericano anunciou em novembro que o Grupo Silvio Santos, seu controlador, iria aportar R$ 2,5 bilhões na instituição para restabelecer o equilíbrio patrimonial e a liquidez, após "inconsistências contábeis" apontadas pelo Banco Central (BC). Um processo administrativo de investigação apura a origem e os responsáveis pelo problema de falta de fundos.
A injeção de recursos no banco foi feita por meio do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que é uma entidade sem fins lucrativos que protege os correntistas, poupadores e investidores. São as instituições financeiras que contribuem com uma porcentagem dos depósitos para a manutenção do FGC - sem recursos públicos.
A holding do Grupo Silvio Santos colocou à disposição empresas como o SBT e a rede de lojas do Baú da Felicidade, entre outras, como garantia pelo empréstimo, que tem prazo de dez anos. Especializado em leasing e financiamento de carros, o PanAmericano teve 49% do capital votante vendido para a Caixa Econômica Federal em dezembro de 2009, por R$ 739,2 milhões. Com autorização do BC, as atividades das lojas e o atendimento ao público continuam sem problemas, segundo a instituição.