Siderurgia chinesa anuncia boicote a Vale

Brasileira e outras duas gigantes do setor são acusadas de monopólio

Vale do Rio Doce | R7
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A mineradora brasileira Vale e outras duas gigantes do setor são o principal alvo de um boicote da principal associação de produtores de minério de ferro da China, a Cisa (Associação de Ferro e Aço da China, na sigla em inglês). A Vale e as anglo-australianas Rio Tinto e BHP Billiton são acusadas de monopólio pela associação. O minério de ferro é um dos principais componentes do aço, um material-chave para o setor automotivo, da construção e da fabricação de bens de consumo. O boicote surge em meio à renegociação dos preços da matéria-prima em todo o mundo. A Cisa calcula que as atuais reservas de minério de ferro são suficientes para dois meses (em torno de 75 milhões de toneladas de minério de ferro armazenados nos portos chineses). As três mineradoras, que respondem por dois a cada três negócios do setor no mundo, negociam uma forma de reajuste de preços. Um possível novo acordo prevê aumentos trimestrais, enquanto as empresas chinesas preferem contratos a longo prazo, que limitem as flutuações de preço. Na Ásia e na Europa, as empresas criticam cada vez mais as exigências das três gigantes, que tentaram impor fortes altas nos preços este ano, o que os compradores consideram abuso de posição dominante. Siderúrgicas japonesas e sul-coreanas, que servem de referência ao mercado asiático, aceitaram aumentos de até 90% nos preços da matéria-prima. A Cisa pede que as empresas evitem negócios com essas três grandes por dois meses, para "boicotar a atitude de monopólio". A BHP Billiton anunciou recentemente que não pretende fixar mais os preços para um período anual para vários clientes asiáticos, e sim para prazos mais curtos. Petrobras desiste de acordo com empresa indiana Na Europa, a associação Eurofer denunciou na semana passada à Comissão Europeia, que fiscaliza a concorrência na União Europeia (UE), "fortes indícios de coordenação ilícita" entre as três gigantes da mineração para impor aumentos de preço "injustificáveis". Por seu lado, o diretor-geral da Associação Mundial de Produtores de Aço, Ian Christmas, indicou que na quinta-feira passada que havia "uma necessidade urgente de que as autoridades da concorrência o mundo examinem o mercado do minério de ferro e o comportamento das três companhias que o dominam".

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