Na sexta-feira (22), a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, solicitando a reintrodução do horário de verão, que foi suspenso por decreto desde 2019. A correspondência foi igualmente encaminhada ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e ao ministro do Turismo, Celso Sabino. Conforme a Abrasel, a adoção do horário de verão impacta diretamente o faturamento dos bares e restaurantes, estimando um aumento de 10% a 15%.
"No momento em que o setor ainda se recupera dos prejuízos causados pela pandemia, a implementação da medida beneficiaria um setor que gera renda direta para mais de 7 milhões de brasileiros e tem cerca de 1,5 milhão de empreendimentos no país", acrescentou a Abrasel. A Abrasel argumenta também que a medida "movimentará a economia, principalmente no comércio e no turismo, uma vez que os turistas tendem a aproveitar melhor os destinos, estendendo suas atividades até mais tarde".
O horário de verão teve sua estreia no Brasil em 1931, quando o presidente da época, Getúlio Vargas, o implementou com o objetivo de aproveitar ao máximo a luz solar durante os meses mais quentes do ano. A prática foi interrompida em 1967 e somente retomada na década de 1980 devido a desafios na produção de energia em hidrelétricas. Naquela época, não havia uma padronização quanto à sua duração e data, sendo variável a cada ano.
A regulamentação do horário de verão ocorreu em 2008, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, quando se tornou uma prática permanente. No entanto, ao longo dos anos, mudanças nos hábitos dos consumidores e avanços tecnológicos diminuíram a importância da economia de energia associada a essa medida.
MINISTÉRIO DIZ AINDA NÃO TER NECESSIDADE DA VOLTA DO HORÁRIO DE VERÃO
O Ministério de Minas e Energia afirmou que atualmente não há planos de reintroduzir o horário de verão no Brasil. Em comunicado, a pasta deixou claro que a implementação dessa medida está descartada por enquanto. O horário de verão, que tradicionalmente era adotado entre outubro e fevereiro em algumas regiões do país, foi abolido em abril de 2019, durante o primeiro ano de mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em virtude do planejamento seguro implantado pelo ministério desde os primeiros meses do governo, os dados não apontam, até o momento, para nenhuma necessidade de implementação do Horário de Verão", diz a nota do MME.
No ano passado, logo após ser eleito, o presidente Lula utilizou as redes sociais para questionar a população sobre a volta do mecanismo. Ele abriu uma enquete e perguntou: "O que vocês acham da volta do horário de verão?" O "sim" teve 66,2% dos votos na enquete do presidente, contra 33,8% de pessoas contrárias ao horário de verão e que votaram "não".