Em junho, dois setores diretamente ligados ao consumo demitiram mais do que contrataram trabalhadores: comércio e outros serviços (turismo, hotéis, restaurantes, transportes e outros).
No comércio, a queda foi de 1,7% --ou menos 173 mil trabalhadores ocupados em relação a maio. Já em outros serviços, houve retração de 1,2% (-46 mil pessoas).
Para Cimar Azeredo Pereira, gerente do IBGE, esses ramos respondem rapidamente ao consumo e a retração pode ter sido "um primeiro sinal de que a queda do emprego pode estar relacionada" às medidas do governo para segurar a economia (juros mais altos e mecanismos de restrição do crédito).
É preciso, porém, aguardar outros resultados da pesquisa de emprego para confirmar tal tendência.
De maio para junho, a indústria (com destaque para São Paulo) sustentou o emprego, com alta de 0,8%, o que corresponde a um acréscimo de 79 mil vagas. Esse aumento, diz, é "esperado" nessa época do ano quando alguns setores contratam já para se preparar para a expansão da produção ao final do ano.
"Se esse crescimento não ocorresse agora, aí, sim, seria preocupante", afirmou Pereira.
RENDIMENTO
Outro fator vinculado ao consumo, o rendimento cresceu em junho na comparação com maio (0,5%) e 4% ante junho de 2010 na esteira da maior formalização do mercado de trabalho, segundo Pereira.
É que mais pessoas, diz, foram contratas com carteira assinada e com salários mais altos. Na comparação com junho de 2010, o emprego formal cresceu 6,2% --ou 634 mil pessoas.