Com demissões se multiplicando em todo o país, senadores democratas americanos chegaram a um acordo na madrugada deste sábado (8) após dois dias de negociações com um grupo de republicanos sobre o valor do pacote de estímulo do presidente Barack Obama para evitar uma possível recessão.
Democratas preveem que o pacote vá custar US$ 780 bilhões.O plano de estímulo já havia sido aprovado no final de janeiro pela Câmara dos Deputados dos EUA, com um valor de US$ 819 bilhões brutos. O projeto foi primeiro inflado para cerca de US$ 900 bilhões depois de emendas de senadores. O acordo que permitiu a votação foi firmado nesta sexta-feira reduziu o valor da ajuda para US$ 780 bilhões.
Líderes democráticos expressaram entusiasmo por acreditarem que as concessões feitas aos republicanos limpariam o caminho de aprovação da lei. A votação do projeto deve ser realizada no sábado (7) ou no domingo (8).
"Os americanos querem que trabalhemos juntos. Eles não querem nos ver divididos entre linhas partidárias, perante a crise mais séria a confrontar o país", disse o senador Susan Collins, de Maine.
rresponsabilidade
Nesta sexta, Obama havia qualificado "irresponsável" e "injustificável" a demora do Senado em aprovar o plano. "É irresponsável e injustificável que nossas disputas políticas atrasem a aprovação do plano, num momento em que milhões de americanos estão perdendo seus empregos", disparou Obama durante um discurso na Casa Branca.
Foi anunciado hoje que os EUA perderam 598 mil vagas de emprego em janeiro. O índice de desemprego chegou a 7,6%, de acordo com o Departamento do Trabalho. A redução de vagas foi a maior desde dezembro de 1974, quando houve corte de 602 mil postos. A taxa de desemprego, por sua vez, atingiu no último mês o maior nível em mais de 16 anos.
Protecionismo
Na noite de quarta-feira (4), o Senado americano havia aprovado por ampla maioria uma versão modificada da cláusula "Buy American" ("compre americano") contida no pacote de estímulo à economia do país. Pela cláusula original, apenas produtos feitos nos Estados Unidos seriam usados nos projetos financiados pelo programa.
Legisladores que apoiam a medida alegavam que ela ajudará a economia dos EUA porque dará impulso às companhias do país. A medida, contudo, trouxe receio na comunidade internacional por causa de seu caráter protecionista.
Ante esse temor, os legisladores americanos decidiram incluir uma emenda para tranquilizar os sócios comerciais do país e garantir o cumprimento de todas as obrigações contraídas nos acordos internacionais. O presidente americano Barack Obama havia alertado contra uma política protecionista porque seria "uma fonte potencial de guerra comercial".
(Com informações de Efe, France Presse, Reuters e Agência Estado)