Selic sofrerá primeira redução em anos e deve impactar preços dos produtos

O Copom do BC iniciou, nesta terça-feira (01), uma reunião de dois dias para definir o futuro da taxa básica de juros

Cenário econômico em mudança | Ueslei Marcelino/Reuters
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Após meses de especulações e debates no cenário político brasileiro, uma mudança na taxa de juros finalmente parece estar a caminho. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) iniciou, nesta terça-feira (01), uma reunião de dois dias para definir o futuro da taxa básica de juros, a Selic.

A Selic encontra-se atualmente em 13,75%, o nível mais alto desde 2016. A média das projeções no mercado financeiro aponta para um corte de 0,25 ponto percentual (p.p.), o que reduziria a Selic para 13,50%.

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Embora um corte maior não esteja totalmente descartado, a probabilidade é considerada menor. O tom mais rígido adotado pelo comitê em seu comunicado na última reunião, em junho, levantou dúvidas sobre a possibilidade de cortes mais significativos, uma vez que as expectativas de inflação a médio prazo ainda se encontram instáveis.

No entanto, o cenário mudou nas últimas semanas, com a queda da inflação em junho e julho, levando o mercado a dobrar suas apostas em uma redução já nesta reunião de agosto, o que antes parecia mais provável acontecer somente em setembro.

Expectativa do Planalto

O Governo, por sua vez, sinaliza esperar um corte mais acentuado de 0,50 p.p. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), afirmou que o debate não é sobre "se" haverá corte, mas sim "quanto" será a redução na Selic, citando o espaço generoso para aproveitar.

Apesar da expectativa do governo, a tendência geral é que o Copom opte por iniciar o ciclo de corte na Selic de forma moderada e, posteriormente, adote cortes mais expressivos. A Warren, uma das instituições que aposta em inflação dentro da meta para 2023, estima que o BC deve começar com um corte de 0,25 p.p. em agosto e, ao longo do ano, acelerar para cortes de 0,50 p.p. nas próximas reuniões.

Selic em 12% até o fim do ano

A expectativa mediana das projeções sugere que a Selic atingirá 12% até o fim do ano (enquanto o governo aposta em 11,75%). Isso dependerá de vários cortes de 0,50 p.p. ou até 0,75 p.p. a partir de setembro. O consenso do mercado até o final de 2024 é que a Selic chegue a 9,50%.

Economistas destacam que o BC brasileiro é elogiado por ter antecipado o aperto monetário, contribuindo para o combate à inflação em curso.

Além da decisão sobre o corte ou manutenção da taxa, a atenção estará voltada para o comunicado do Copom, que trará mais pistas sobre os planos futuros. Pontos como o possível aumento do preço dos combustíveis também estão no radar dos analistas.

Esta reunião de agosto será a primeira a contar com os indicados do novo governo Lula no Copom, incluindo os diretores Ailton de Aquino e Gabriel Galípolo. Essa composição pode influenciar as decisões futuras do comitê.

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