Na última quarta-feira (20), o Banco Central do Brasil (BC) anunciou o sexto corte consecutivo na taxa básica de juros do país, a Selic. Com uma redução de 0,50 ponto percentual (p.p.), a Selic agora está em 10,75% ao ano, marcando o menor patamar desde fevereiro de 2022. Esse movimento é parte de um ciclo de cortes iniciado em agosto do ano anterior, em resposta à melhoria do quadro inflacionário nacional, o qual foi proporcionado pela política econômica do goveno Lula (PT).
Embora a teoria sugira que juros mais baixos estimulem o consumo e os investimentos, impulsionando o crescimento econômico, analistas alertam que os resultados podem não ser tão expressivos neste ano. O processo de manter os juros em patamares elevados, conhecido como política monetária contracionista, vem sendo flexibilizado pelo Banco Central com os cortes consecutivos na Selic.
Especialistas destacam que, embora alguns empréstimos e financiamentos já apresentem taxas mais baixas, as empresas ainda não demonstraram confiança suficiente para aumentar significativamente os investimentos. Prevê-se, portanto, uma desaceleração da atividade econômica em comparação aos anos anteriores, que foram impulsionados por estímulos governamentais e pelo consumo das famílias.
IMPACTO AO CONSUMIDOR: O impacto da queda da Selic na ponta do consumidor geralmente tem um período de defasagem de três a seis meses. No entanto, os primeiros sinais dessa redução já começaram a ser observados. Os dados do sistema financeiro nacional compilados pelo BC indicam uma redução nas taxas totais de juros para empréstimos com recursos livres, refletindo em menor inadimplência e impulsionando o consumo.
Setores como a construção civil e o automobilístico já projetam aumentos em lançamentos e vendas, respectivamente. Previsões de entidades como a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicam crescimento nas vendas e na produção industrial para o ano de 2024.
MERCADO DE CAPITAIS: Além disso, a queda de juros também afeta o mercado de capitais, estimulando a migração de investimentos da renda fixa para a variável. Apesar da perspectiva de continuidade da redução da Selic, analistas sugerem que a taxa básica permanecerá em patamares contracionistas, acima do juro neutro, mantendo cautela devido às expectativas de inflação e às incertezas econômicas.
O comportamento futuro da política monetária, especialmente diante da mudança de diretoria no Comitê de Política Monetária (Copom), permanece em debate, sendo que a Selic ainda pode demorar a atingir o patamar neutro de juros no fim do ciclo de cortes.
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